Escolas do Distrito Federal amanhecem vazias

Decreto do governo suspendeu as aulas por cinco dias Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Foi pequeno o número de estudantes que se dirigiram hoje (12) às escolas do Distrito Federal, após o governo local ter suspendido por cinco dias as aulas. A medida foi adotada após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com servidores de algumas escolas visitadas pela Agência Brasil, os poucos alunos que chegaram cedo nas instituições de ensino o fizeram apenas para confirmar que não haveria aula. “As redes sociais e a mídia ajudaram bastante, no sentido de deixar todos informados de que as aulas seriam suspensas”, disse Ivan Barros, diretor do colégio Elefante Branco, escola pública na Asa Sul, em Brasília.

Segundo ele, a pausa nas aulas ajudará sua equipe a melhor se preparar para lidar com a situação. “Imagino que essa suspensão será positiva no sentido de sermos informados sobre a real situação com relação ao nível de exposição da doença no Distrito Federal, bem como para orientarmos nossos profissionais sobre as ações que serão implementadas a partir do retorno às aulas.”

Na avaliação do diretor, os cinco dias de suspensão das aulas não afetarão a programação da escola. “Dá tranquilamente para compensarmos, até porque, na verdade, serão apenas três dias, já que teremos o final de semana no meio. Acredito que, para comprometer o recesso ou nosso calendário letivo, seriam necessários cerca de 15 dias de suspensão.”

Para o diretor, a suspensão das aulas decretada ontem (11) é positiva também para diminuir os riscos de propagação de outros vírus gripais no ambiente escolar. “Isso é positivo porque evita o uso de vagas e espaços hospitalares, possibilitando que os profissionais da saúde concentrem seus esforços nos pacientes afetados pelo Covid-19”, argumentou.

Apenas dois alunos se dirigiram, pela manhã, ao Centro de Ensino Fundamental Polivalente, na Asa Sul. De acordo com servidores da escola, ambos queriam apenas confirmar que as aulas não seriam dadas, mesmo após as notícias veiculadas na mídia e as mensagens trocadas via redes sociais.

A Universidade Paulista (Unip) também usou de suas redes sociais para avisar seus 12 mil alunos de que não haveria aula. Segundo o diretor Gilberto Brihy, sua equipe analisa a possibilidade de disponibilizar, via online, as aulas que seriam dadas durante o período de suspensão das aulas.

“As aulas online minimizarão os prejuízos para os alunos. Se necessário, faremos a reposição de aulas para tirar eventuais dúvidas”, disse Brihy.

Por estar vinculada ao Ministério da Educação, e não ao governo do Distrito Federal, a Universidade de Brasília (UnB) informou, por meio de nota, que, por enquanto, as aulas estão mantidas. “Neste momento, não há previsão de suspensão do calendário acadêmico na UnB. A instituição vem acompanhando com atenção e responsabilidade as informações a respeito da transmissão do novo coronavírus”, informou.

O decreto publicado ontem (11) pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, considera que a situação envolvendo o coronavírus “demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença no Distrito Federal”. Ainda segundo o decreto, bares e restaurantes deverão manter suas mesas a uma distância mínima de dois metros.

Presídio

A Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal informou que suspendeu todas as visitas nos presídios do DF até o dia 20 de março. “A medida tem caráter preventivo e está alinhada com as ações do GDF voltadas para a prevenção de possíveis contágios com o coronavírus”, informou por meio de nota.

Edição: Fernando Fraga

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