Redação Site – Na corrida contra o tempo, a fim de evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que deverá se apresentar até às 17h de hoje (6) na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba-PR, seus advogados protocolaram hoje cedo, via online, novo pedido de habeas corpus junto à 5a.Turma do STJ. Trata-se de uma última tentativa de evitar que a prisão de Lula se consolide depois que o STF barrou o HB preventivo impetrado pela defesa e cassou a liminar que garantia sua liberdade.
Ato seguinte à decisão do TSF, o juiz Sérgio Moro expediu mandado de prisão, determinando que Lula se apresente à PF. Mas fica a critério de Lula se apresentar em qualquer unidade da corporação policial, não necessariamente na Superintendência, informou o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava Jato no Paraná.
O delegado Igor Romário ainda informou que Lula não terá regalias no cumprimento da pena, à exceção de uma sala especial, para garantir sua integridade física. A alimentação será idêntica à dos demais presos, e a visitas, restritas apenas aos familiares próximos, os filhos, vão acontecer às quartas, numa sala reservada. Já outras pessoas, terão que protocolar pedido na Superintendência da PF solicitando autorização nesse sentido.
Neste momento, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, onde Lula passou a noite numa sala, está cercada por milhares manifestantes contra e a favor do ex-presidente. A estimativa é de que a multidão reunida desde ontem no local ultrapasse 70 mil pessoas, a maioria portando cartazes e faixas de teor diverso. Caravanas não param de chegar a Curitiba procedentes de vários estados brasileiros, a exemplo de simpatizantes de São Bernardo do Campo-SP, que vieram em cinco ônibus.
Toda a região no entorno da PF assumiu uma tonalidade vermelha, cor das roupas da massa de manifestantes petistas. Mas também prevalece as cores verde, azul e amarelo, simbolizando a Bandeira Nacional. São os que exigem que a decisão judicial seja cumprida. Há quem aplauda a decisão do juiz Sérgio Moro, enquanto outros tacham a decretação da prisão de Lula como “perseguição de ordem política”, para evitar que seja candidato a presidente.
O brado do Partido dos Trabalhadores está fundamentado no que considera “popularidade inabalável” do ex-presidente, a despeito de controvérsias distintas. Em várias pesquisas de opinião de voto, Lula aparece em larga vantagem à frente dos demais postulantes à presidência da República. Em alguns estados, sozinho, essa superioridade é maior do que a somatória de intenção de votos de todos os demais candidatos. Na visão petista, com base nesses prognósticos, ele venceria fácil a eleição, reconduzindo o partido ao Palácio do Planalto.
A solidariedade ao ex-presidente também foi expressa pelas presenças de várias autoridades do Poder Legislativo e Executivo, deputados, senadores e governadores do PT, bem como membros de partidos aliados. Até ao meio-dia, segundo cálculos da Polícia, é possível que a quantidade de manifestantes triplique nas ruas de Curitiba, motivo pelo qual a segurança está sendo reforçada, com trincheiras em pontos estratégicos da passagem da aguardada comitiva do ex-presidente rumo à Superintendência, também cercada por apoiadores e contrários à sentença proferida por Moro.
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