Croácia bate Japão nos pênaltis, vai às quartas e pode pegar o Brasil

Livakovic brilha com 3 defesas e país segue em busca de título inédito Por Lincoln Chaves - Repórter da EBC - São Paulo

A Croácia está nas quartas de final da Copa do Mundo. Nesta segunda-feira (5), os atuais vice-campeões derrotaram o Japão por 3 a 1, nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal, no Estádio Al Janoub, em Al Wakrah, pelas oitavas de final.

O goleiro Dominik Livakovic, que defendeu três cobranças japonesas, foi o herói da classificação. O Mundial do Catar ainda não havia tido prorrogação ou disputa de pênaltis. Os jogos de sábado (3) e domingo (4) pelas oitavas de final foram definidos durante os 90 minutos.

Presentes em seis Mundiais desde 1998, na França, os croatas estão pela terceira vez no mata-mata. Nas duas ocasiões anteriores, na estreia e na edição de quatro anos atrás, na Rússia, o país do leste europeu foi, no mínimo, às semifinais. Em 2018, aliás, a seleção axadrezada passou por três prorrogações e também precisou dos pênaltis para vencer a Dinamarca nas oitavas e os anfitriões russos nas quartas.

Os japoneses, por sua vez, mantiveram a sina de não irem além das oitavas e repetiram as campanhas dos Mundiais de 2002 (disputado em casa e na Coreia do Sul), 2010 (África do Sul) e 2018. Ter vencido Espanha e Alemanha na primeira fase da Copa do Catar, ambos por 2 a 1, acabou não sendo suficiente aos Samurais Azuis.

Nas quartas de final, a Croácia pode ter o Brasil como adversário, se a seleção de Tite vencer a Coreia do Sul ainda nesta segunda, às 16h (horário de Brasília), no Estádio 974, em Doha. O duelo por vaga nas semifinais será na sexta-feira (9), às 12h, no Estádio Cidade da Educação, também na capital catari.

Após dois jogos repetindo o time, Zlatko Dalic mandou a campo uma Croácia com duas modificações. Em uma delas, necessária, o lateral-esquerdo Borna Barisic substituiu Borna Sosa, resfriado. A outra foi no comando de ataque, onde o técnico ainda procura um nome confiável desde Mario Mandzukic, aposentado desde o ano passado e que deixou a seleção após a Copa de 2018. Bruno Petkovic, de 1,93 metro, acabou escolhido para a vaga de Marko Livaja (1,82 metro), titular contra Canadá (goleada por 4 a 1) e Bélgica (empate sem gols).

No Japão, Hajime Moriyasu já teria de fazer pelo menos uma troca em relação à equipe que venceu a Espanha, já que o zagueiro Kou Itakura estava suspenso pelo terceiro amarelo – Takehiro Tomiyasu foi titular. O treinador dos Samurais Azuis, porém, manteve o “padrão” da fase de grupos e alternou peças no meio e no ataque, com Wataru Endo e Ritsu Doan (autor de gols contra espanhóis e alemães) nos lugares, respectivamente, de Ao Tanaka e Takefusa Kubo.

A estratégia croata, de ter a bola e girá-la atrás de espaços, não funcionou no primeiro tempo. A seleção europeia teve o atleta mais acionado dos 45 minutos iniciais (o volante Marcelo Brozovic, com 53 passes), o principal articulador (o meia Luka Modric, com 24 tentativas de quebrar a linha de marcação) e o que mais fez cruzamentos (o atacante Ivan Perisic, seis vezes, quase sempre buscando o grandalhão Petkovic na área). Mesmo assim, foi para o intervalo sem chances reais de gol.

Não que o Japão empilhasse oportunidades, mas os contra-ataques apostando, principalmente, na velocidade de Daizen Maeda, assustaram mais. Aos 40 minutos, o atacante recebeu, na área pela esquerda, um passe de calcanhar do volante Hidemasa Morita e rolou para Doan, que achou Daichi Kamada, quase na pequena área. O camisa 15, porém, finalizou por cima.

Dois minutos depois, em nova jogada trabalhada, agora a partir de um escanteio pela direita, os Samurais conseguiram transformar a melhor atuação em vantagem no placar. Após cruzamento de Doan, de perna esquerda, o zagueiro Maya Yoshida resvalou na bola e Maeda, na pequena área, mandou para as redes.

A Croácia voltou do intervalo com a mesma estratégia de posse de bola e busca de espaços, tentando aumentar a presença numérica no ataque. Coube a um zagueiro conseguir a assistência para, enfim, os europeus chegarem ao gol. Aos nove minutos, Dejan Lovren apareceu na intermediária direita e cruzou na cabeça de Perisic, que surgiu na área para cabecear no cantinho esquerdo do goleiro Shuichi Gonda.

Ao longo da segunda etapa, com dificuldades para entrarem um na área do outro e tomando decisões erradas quando lá chegavam, as equipes só conseguiram assustar em tentativas de longe. Aos 11 minutos, o Japão obrigou Livakovic a salvar, de mão trocada, uma paulada de Endo. Seis minutos depois, foi a vez de Modric arriscar da intermediária e de Gonda se esticar para defender. Aos 31, após erro na troca de passes japonesa, Perisic avançou pelo meio e chutou perto da meia-lua, mas à esquerda da meta.

Truncado, o duelo foi para o tempo extra e pouco mudou nos 30 minutos que se seguiram. No contra-ataque, o Japão teve a melhor chance do primeiro tempo da prorrogação, aos 14 minutos, com Kaoru Mitoma. O camisa 9 disparou em velocidade desde a defesa e chutou da meia-lua, em cima de Livakovic. No último lance do prolongamento, o também meia Lovro Majer ameaçou da entrada da área, na oportunidade mais cristalina dos croatas, mas a batida foi ao lado.

Nos pênaltis, Livakovic brilhou. O goleiro defendeu as cobranças – mal batidas, é verdade – dos meias Takumi Minamino e Mitoma e do capitão Yoshida. A Croácia desperdiçou um chute, com Livaja, que arrematou na trave direita, mas os gols dos meias Nikola Vlasic, Brozovic e Mario Pasalic, este último decisivo, deram a vitória aos axadrezados, por 3 a 1.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

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