Redação Site – O presidente da República, Michel Temer, repassou R$ 1,2 bilhão aos interventores federais que tentam conter o avançado índice de criminalidade no Rio de Janeiro. São recursos ainda insuficientes ao trabalho pretendido, afirmou o general Braga Neto, comandante da Operação. Mas, independente disso, as tropas federais têm agido em todos os lugares que consideram antros de infestação do crime. Há idealismo dos militares e policiais civis integrados às forças interventoras em tentar salvar o Rio de Janeiro de se tornar, em definitivo, sítio de comando criminoso.
Trata-se quase de uma tentativa de enxugamento de gelo, analisam cientistas especializados nesse segmento. Isso porque a bandidagem tem se mostrado ainda muito mais forte, determinada a confrontar as forças policiais no dia a dia de trabalho da intervenção federal. Sequer se intimidam com a presença de tropas armadas e blindados por toda parte da cidade. De quebra, conseguem ainda ceifar vida de policiais em circunstâncias diversas, inclusive com ataques a viaturas em trabalho de patrulhamento ostensivo. De janeiro para cá, mais de 80 policiais militares tombaram mortos sob essa artilharia assassina. Enterro coletivo do fracasso da Justiça contra o crime.
Pela insegurança física de há muito instalada no Rio de Janeiro, com a vida humana centralizada numa desconexa artilharia, a debandada turística do Rio de Janeiro é visível nos últimos meses. Tem marcado baixas contábeis em regime falimentar. Prova de que os tiros que atormentam os habitantes do RJ também já alvejaram os flancos cariocas dessa segunda maior indústria mundial instalada no aconchego dos morros mais famosos do Planeta (Pão de Açúcar, Cristo Redentor).
Por precaução, simplesmente em defesa de si e dos familiares, turistas nacionais e estrangeiros querem expressiva distância do RJ. Os roteiros turísticos {de quem sonhava em conhecer a “Cidade Maravilhosa”} foram refeitos para outras regiões do País. Preferencialmente, as mais distantes dessa chuva de balas perdidas e/ou de mira precisa em cidadãos aleatórios. Não há graça alguma em simplesmente morrer para atravessar a Ponte Rio-Niterói ou estar aos pés do Cristo Redentor, dali de cima apreciando o mar de beleza que circunda o Rio. Depois, é cemitério…
“Cidade Maravilhosa” perdeu todos os encantos atrativos, na análise geral dos brasileiros; eles agora fogem do antes aprazível reduto paradisíaco. Ninguém quer se arriscar a constar na lista de vítimas de assaltantes ou balas perdidas. Infelizmente, os braços do Cristo Redentor, que por décadas acolheram visitantes, estão abertos de modo desolado…”
Por João Carlos de Queiroz, editor-geral