Esse “presente de grego” que os chineses endereçaram aos quatro cantos do planeta (novo coronavírus) aportou também, em sinistra incursão, nos municípios mato-grossenses, entre eles o da capital, Cuiabá. Já não há álcool gel nos supermercados {os que ainda funcionam precariamente} e produtos básicos de limpeza e alimentação. Outras empresas cuiabanas registram idêntica baixa nos seus estoques, vendas finalizadas nos últimos dias, após o “dominó nacional de quarentena”. Estocar alimentos se tornou imperioso nessa corrida incógnita pela sobrevivência.
No centro de Cuiabá, a “cara de domingo” começou desde segunda-feira, pela manhã, data em que a Câmara Municipal decretou toque de recolher, via decreto da Mesa Diretora. As portas do Legislativo foram cerradas por um período preliminar de sete dias, com possibilidade de prorrogação. O órgão atende, assim, dispositivos de segurança preconizados pelo Ministério da Saúde. A antes movimentada Casa de Leis está silenciosa, desde então…
Essa situação de marasmo defensivo se repete nos shoppings, praças e ruas do centro e periferia de Cuiabá, ambientes gradualmente desérticos. O mesmo acontece no município vizinho, Várzea Grande: esse “feriadão” de terror também está vigente por lá.
A circulação de coletivos públicos está restrita desde que as concessionárias intermunicipais tiveram permissão do governo para interromper as atividades, restringindo a circulação (agora de duas em duas horas). E na próxima segunda-feira, nenhum idoso embarca mais nos coletivos municipais, sendo barrados por agentes de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana. A alternativa do idoso sem carro é andar de bicicleta ou a pé.
Na tarde de ontem, por exemplo, ocorreu tumulto e brigas em supermercados de Cuiabá, quando alguns clientes se recusaram a acatar a determinação municipal que impõe controle sobre a quantidade de pessoas dentro de estabelecimentos do gênero. A preferência de compras é dos idosos. As discussões chegaram às vias de fato no Fort Atacadista, sendo contido por seguranças locais. Os vídeos ainda circulam nas redes sociais.
Com tantas coisas acontecendo, ainda existem pessoas que se preocupam com o cargo do presidente da República e com a Rede Globo, hoje considerada rival oficial do governo federal. Na verdade, ninguém sabe as consequências desse vírus maldito que tantas mortes já causou. A previsão médica é que pode arrefecer sua fúria assassina ou robustecê-la mundialmente, exterminando a vida de todas as espécies no planeta. Porque, ainda que os animais (cães, gatos e outros) não sejam transmissores da doença ao homem, também eles estão na roda de risco letal de contaminação pelo coronavírus.
Melhor aguardar que Deus tenha piedade de todos nós, pecadores.
Por João Carlos de Queiroz