Redação site – Tudo pronto para um encontro que, até há alguns meses, o mundo inteiro apostaria 100% ser improvável de acontecer: entre o presidente americano Donald Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un. Ambos estão em Singapura desde ontem para a primeira das três reuniões, dentro de minutos. Trump desembarcou em Singapura disposto a entabular um diálogo de paz com a Coreia do Norte, apesar de deixar claro que a desnuclearização da península é ponto taxativo para estabelecer avanço concreto neste sentido. Caso contrário, o impasse entre EUA e Coreia do Norte permanece.
Kim Jong-un, por sua vez, parece disposto a apertar as mãos de Trump e abrir espaços diplomáticos e comerciais não somente com os EUA, mas também com seu eterno rival – a Coreia do Sul – e o Japão. Dos três, a Coreia do Norte é o “menino pobre” desde que o corte de relações sociais com os países vizinhos impôs vetos comerciais seriamente prejudiciais à sua economia.
Ontem, o ditador norte-coreano Kim Jong-un aproveitou para passear por Singapura, oportunidade em que elogiou o desenvolvimento da cidade. Foi uma reação inesperada do truculento ditador, que sempre ameaçou os EUA com seu arsenal nuclear. Um dos mísseis lançados por Kim chegou a cruzar o espaço japonês, aumentando, na época, final de 2017, a tensão sobre um inevitável confronto de forças militares, com o Japão unido à Coreia do Sul e EUA. Trio que parecia não incomodá-lo. Disse abertamente que poderia destruí-los de forma relâmpago.
Ao contrário do que Kim Jong-un supunha, Trump não se intimidou diante de suas ameaças: foi enfático ao dizer que o poder bélico dos EUA era infinitamente superior, capaz de pulverizar a Coreia do Norte. Fez mais: bombardeou as bases militares da Coreia do Norte. E utilizou as redes sociais para tachar Kim Jong-un de “homenzinho foguete e homenzinho gordo”.
Daí a expectativa de que, finalmente, os governantes entrem num acordo a contento geral (dos EUA, Coreia do Norte, Japão e Coreia do Sul). Um dos temores é de que a desnuclearização {prometida por Kim Jong-un} não seja total, pelo fato de a Coreia do Norte ser um país altamente fechado. Não se tem ideia da quantidade do arsenal nuclear de que efetivamente dispõe. Uma especialista americana em armamentos na Península coreana disse que, mesmo que Kim concorde o processo de desnuclearização, ele não deve acontecer de imediato, mas gradualmente.