A seletiva marcada para 19 a 24 de abril, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, que definirá os representantes da natação brasileira na Olimpíada de Tóquio (Japão) será limitada a somente 120 atletas que tenham alcançado o chamado índice “B” da Federação Internacional de Natação (Fina). Em nota, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) justificou os critérios mais restritos pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no Brasil.
O índice “B” é uma marca mínima determinada pela Fina para um nadador ter a possibilidade de ir aos Jogos. Ele é mais exigente que o corte estabelecido anteriormente para participação na seletiva – que, à princípio, seria equivalente ao Campeonato Brasileiro Absoluto da modalidade. Nas provas com apenas três habilitados pelo índice “B”, serão convocados nadadores, segundo o ranking nacional, para completar o balizamento de, pelo menos, quatro atletas. Estrangeiros (mesmo residentes) estão impossibilitados de participar.
“Eu sei que dói, que não é o ideal [restringir a participação], mas é o momento que estamos vivendo. Sou treinador, compactuo com o lamento dos atletas, mas é o que é possível de fazer, infelizmente”, declarou o gerente de Natação da CBDA, Gustavo Otsuka, em live realizada pela entidade nesta sexta-feira (12), pelo Instagram.
Os atletas poderão disputar a seletiva apenas com resultado negativo no teste da covid-19. Nadadores com exames positivos e que não possam participar do evento terão, mais adiante, possibilidade de uma “repescagem”. Segundo o diretor de Natação da CBDA, Eduardo Fischer, a nova tomada de tempo, caso necessária, deve ocorrer cerca de 40 dias antes da Olimpíada, novamente no Maria Lenk.
“Criamos uma salvaguarda. Se o atleta testar positivo, ele deve comunicar à CBDA e ao COB [Comitê Olímpico do Brasil] em até 24 horas. O exame será passado aos médicos, que verificarão o resultado. Constatada a contaminação, ele terá essa possibilidade. Agora, digamos que o nadador teste positivo, cumpra a quarentena e, antes da seletiva, apresente o teste negativo. Neste caso, ele tem opção de, caso ainda não se sinta bem ou pouco treinado, nadar só a repescagem. Ou ele pode nadar a seletiva, mas abrindo mão dessa próxima chance”, explicou Fisher, também na live.
Para Tóquio
Os critérios de qualificação para Tóquio foram atualizados em fevereiro. Os dois primeiros colocados de cada prova – desde que atinjam, nas respectivas finais, o índice “A” (mais exigente) da Fina – se classificam. Nos 50m livre masculino, por exemplo, os tempos não podem superar 22 segundos e um centésimo. Nos 50m feminino, o limite é 24 segundos e 77 centésimos.
Nos revezamentos, o Brasil tem presença garantida no 4x100m livre, 4x100m medley e 4x200m livre – todos masculinos. A classificação foi assegurada no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju (Coreia do Sul), em 2019. As equipes do nado livre serão formadas pelos quatro melhores das respectivas disputas individuais na seletiva. Se o atleta que terminar em quinto também fizer tempo menor ou igual ao índice “A” da Fina, ele pode ser convocado como reserva.
O quarteto do medley, por sua vez, será composto pelo primeiro lugar das provas de 100m em cada estilo (livre, costas, peito e borboleta). Segundo a CBDA, porém, se a comissão técnica entender que o segundo colocado de um determinado estilo (e que também esteja convocado para a prova individual) viver momento melhor, ele pode ser o escolhido do revezamento.
No caso dos revezamentos femininos (4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley) e misto (4x100m medley), que ainda não têm vaga em Tóquio, os atletas passarão por uma tomada de tempo na seletiva. A marca atingida pelos quartetos deve figurar entre as quatro melhores do respectivo revezamento no ranking mundial da Fina – considerando os países sem lugar garantido nos Jogos – até 31 de maio, quando termina o período de classificação.
Edição: Gustavo Faria