Decididamente, “o Brasil não é um país sério”, frase célebre de autoria do embaixador Carlos Alves de Souza nos anos 60, atribuída erroneamente ao ex-presidente francês Charles de Gaulle. Prova disso é o rol de maracutaias que o brasileiro corrupto promove para ganhar mais e mais, sempre em detrimento das camadas menos favorecidas.
Um dos exemplos disso reside no desvio de verbas destinadas à aquisição de aparelhos e medicamentos para fazer frente à atual pandemia. O governo federal enviou os recursos, espertamente engavetados por gestores corruptos, somente preocupados com o próprio bolso.
Nenhum deles, por sinal, atentou para as consequências dessa roubalheira descarada, que culminou na perda de milhares de vidas, pela covid-19.
Com tantas baixas, o Brasil estagnou sua produção, sequenciando desmonte falimentar do comércio e indústria, em geral.
Essa situação combalida que o Brasil enfrenta há meses pode ser comprovada nas prateleiras de supermercados e de lojas, em geral: os preços dispararam, enquanto o salário-mínimo estagnou em patamares ridículos. Alguns produtos tiveram alta de 300%! Alguém aí está comprando carne regularmente?
Se o mínimo atual for comparado ao seu poder de compra de anos atrás, hoje detém pouco mais que um quarto disso. Mas tem brasileiro fingindo que navegamos em céu de brigadeiro, que tudo está uma maravilha digna de aplausos sucessivos aos governantes, ao país, em si.
Poucos, aliás, ainda se deram conta da realidade venezuelana que já começou a imperar por aqui. Ou não temos dezenas de milhões de desempregados? Ou os preços estão acessíveis à “fortuna” desse salário-mínimo tão aviltante ao esforço laboral dos menos afortunados para gritar sua revolta?
Infelizmente, os “cegos atuais” à realidade econômica do Brasil só terão um choque de realidade se porventura suas famílias também forem desprovidas 100% da comodidade alimentar e social que ainda desfrutam à parte dessa miséria em galope desenfreado.
É um Brasil sem o mínimo futuro esperançoso; triste concepção de quem pôde acessar os bastidores desse cenário cinzento que uma minoria alienada ainda insiste em colorir de alentador. E se você é contra isso e aquilo, então é tachado de comunista corrupto, ladrão, etc. e tal…
Melhor seria pincelar muitas cruzes num espaço de queimadas contínuas e com sol vesgo no horizonte. Esta, sim, seria uma obra autêntica, não necessariamente merecedora de aplausos. Pelo menos teríamos marcha fúnebre condizente à situação ora enfrentada pelos céticos tupiniquins…
João Carlos de Queiroz, editor-geral