Bombeiros militares da FAB estão 24h por dia de prontidão

Atualmente, 685 militares da Força Aérea Brasileira integram o Sistema de Contraincêndio da Aeronáutica (SISCON) e executam atividades de prevenção, salvamento e combate a incêndio Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Marayane Ribeiro Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Oliveira Lima

Tudo parece calmo, até que a sirene toca. Os bombeiros militares, então, são acionados e, a partir daí, começa a corrida contra o tempo para apagar o fogo e, principalmente, salvar vidas. Os profissionais, que são responsáveis pela execução das atividades de prevenção, salvamento e combate a incêndio nos aeródromos e edificações, têm sua data lembrada no dia 2 de julho, em alusão à criação do Corpo de Bombeiro Militar da Corte, em 1856.

A Força Aérea Brasileira (FAB) possui atualmente, em seu efetivo, 685 bombeiros militares, distribuídos em 16 Aeródromos e Unidades Militares, que integram o Serviço de Contraincêndio da Aeronáutica, implantado em 1967. Desde 1980, no entanto, esse Serviço mudou a nomenclatura para Sistema de Contraincêndio da Aeronáutica (SISCON).

O SISCON tem como Órgão Central a Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) e funciona no período de 24 horas, com viaturas contraincêndio, bombeiros com equipamentos de proteção individual, com o objetivo de realizar a proteção das aeronaves que operam nos aeródromos, salvaguardando a tripulação e os passageiros.

Novidades

Nos últimos anos, a DIRINFRA vem implementando várias ações, no sentido de ampliar a proteção dos aeródromos e instalações da FAB, como a execução do contrato de manutenção de viaturas contraincêndio, desde outubro de 2020. A iniciativa elevou a operacionalidade dos Carros de Combate a Incêndio de 58% para 87%, assegurando o Nível de Proteção Contraincêndio requerido dos Elos Operacionais, bem como o tempo resposta nos acionamentos de emergência exigidos pelas normas e protocolos internacionais.

Outro fator relevante foi a aquisição do novo agente extintor Líquido Gerador de Espuma (LGE) de eficácia “Nível C”, com poder de extinção de fogo comprovadamente maior em uma emergência aeronáutica, fato que proporcionou uma redução na utilização de carros contraincêndio e de recursos humanos em ocorrências, sem afetar a segurança operacional de nossos aeródromos.

Atuação

Bombeiro Militar da FAB há sete anos, o Sargento Guilherme Alves Bueno Tinoco explicou que a equipe é treinada para realizar procedimentos específicos para os diversos tipos de emergências e aeronaves. Em virtude da aeronave em emergência, por exemplo, o carro contraincêndio é responsável por realizar o controle das chamas, através do canhão monitor. Em um combate a um incêndio pontual, por outro lado, o controle das chamas é feito por linhas de mangueira, onde os Bombeiros Combatentes realizarão o resfriamento e a proteção da estrutura da aeronave, proporcionando a sobrevida dos ocupantes e, ainda, na evacuação de pessoas da aeronave, auxiliados pelos Bombeiros Resgatistas.

“Por fim, após o extinção do incêndio, a Equipe de Resgate ainda realizará o Atendimento Pré-Hospitalar (APH), através de manobras e técnicas, previstas em Protocolos Internacionais e nacionais, realizando métodos de triagem, fazendo a retirada de ferragens ou outros materiais que estejam sobre as vítimas e o transporte de pacientes para um local seguro, para o devido cuidado dos profissionais da saúde (Equipe Médica). Proporcionando toda a proteção necessária ao combate ao incêndio e salvamento de vítimas, cabe ainda à equipe reunir, discutir sobre os pontos realizados naquela emergência, recondicionar e reorganizar os materiais e equipamentos, visando prover o restabelecimento da proteção contraincêndio no aeródromo, para no fim, sempre cumprir o seu dever: salvar vidas!”, destacou.

Conforme o militar, a atividade já é por si só um desafio diário, pois tudo deverá ser feito com segurança, por mais simples que seja uma emergência, sendo aeronáutica ou não. “O trabalho exige uma rotina de treinamento árduo, equipamentos específicos e emprego de técnicas operacionais no cumprimento de nossa principal missão: salvar vidas! Apesar de ser desafiador, é muito gratificante”, pontuou o Graduado

Um dos episódios mais marcantes para o militar foi o incêndio, em 2018, na vegetação da Academia da Força Aérea. “Na ocasião, como as condições de clima favoreceram a expansão do incêndio, o Serviço de Prevenção, Salvamento e Combate a Incêndio da Academia precisou utilizar todos os recursos disponíveis, com pessoal, material e equipamentos. Foi um evento que durou aproximadamente oito horas, até que o local estivesse controlado. Me marcou bastante o trabalho desgastante, porém recompensador da ação”, relembrou.

Formação

O Sargento Bombeiro de Aeronáutica possui a formação que dura dois anos na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Os demais bombeiros militares são capacitados no Curso de Bombeiro de Aeródromo Militar (CBAM) realizado nos Elos Operacionais, com duração de sete semanas.

Fotos: SISCON

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