Texto JCQ – O comandante Getúlio Simões Tedesco, que voou jatinhos da Perdigão durante bom tempo, intercalando voos em aeronaves (Cessna Caravan, Baron e Seneca), vez ou outra pegava carona num 727 cargueiro em Cuiabá, “avião apaixonante”, definiu.
Getúlio recordou algumas conversas que teve com um comandante aposentado da Varig, que voava o 727. “Sempre que falávamos desse avião, das experiências a bordo, principalmente de pilotagem, seus olhos ficavam úmidos, de nítida emoção. Tive assim a certeza do quanto essa aeronave fica enraizada no coração de quantos a operaram ou ainda ou operam”.
A maioria dos 727 hoje cumpre missão cargueira em todo o planeta. São aviões já considerados obsoletos para operação comercial (passageiros), principalmente pela condição de “jato puro”, que infringe normas ambientais (sonoras). Mas os aviadores veteranos {que tiveram o privilégio de comandá-lo} afirmam unanimemente:
“É uma máquina que você realmente pilota, não fica simplesmente à mercê de computadores, como acontece com outras aeronaves modernas, de várias marcas. Quando não tem o controle de um avião nas mãos, o piloto se sente um inútil. Os aviões da Airbus passam impressão semelhante, pois só fazem o que está programado tecnologicamente pela fabricante, não aquilo que o comandante determina. Os computadores de bordo não “autorizam” nenhum procedimento à parte do padrão de pilotagem dessa aeronave”.