Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (22) a aprovação do Programa Matchfunding de Cultura BNDES, que prevê que a cada R$ 1 captado por projeto o banco investirá R$ 2, limitado ao valor máximo de R$ 300 mil por projeto.
De acordo com a instituição, trata-se de uma iniciativa inovadora de matchfunding(financiamento coletivo misto de diversas fontes) no setor público para apoio a projetos culturais de patrimônio material e imaterial. Os projetos escolhidos pela sociedade para receber doações por meio de “vaquinha” online, ou financiamento coletivo, como é conhecido o crowdfunding, poderão receber até R$ 4 milhões em recursos não reembolsáveis do banco. Cada projeto apoiado poderá ter valor entre R$ 30 mil e R$ 300 mil.
O BNDES informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os recursos totais poderão alcançar R$ 6 milhões, por meio de doações de pessoas interessadas nos projetos.
O gerente no Departamento de Educação e Cultura do BNDES, Eduardo Bizzo, destacou que o financiamento para o setor da culturaé uma forma de estruturar e testar um mecanismo em que a sociedade participa como parceira do banco, não só como cofinanciadora, mas dando legitimidade, reconhecimento e capacidade de fiscalização aos projetos”.
Projetos menores
Bizzo ressaltou que um dos pontos positivos do programa é o alcance a projetos menores a partir de R$ 30 mil, que o banco não poderia apoiar de forma direta.
O programa será conduzido pela Sitawi Finanças do Bem, organização da sociedade civil que atua no campo das finanças sociais, e terá como interveniente a Benfeitoria, empresa que opera uma das principais plataformas de crowdfunding no país. A expectativa é que sejam apoiados até 80 projetos selecionados ao longo de 2019 e 2020 por meio de edital.
Serão realizadas a cada ano cinco seleções, prevendo-se a escolha de oito projetos em cada uma. Segundo a instituição, a curadoria do Programa Matchfunding de Cultura BNDES será responsável pela seleção inicial de propostas que possam deixar legado para o patrimônio material ou imaterial brasileiro envolvendo temas como digital/mídia/games, educação patrimonial, turismo e acervo. Os critérios para a seleção serão divulgados quando a chamada for aberta.
Os responsáveis pelos projetos receberão treinamento visando as campanhas de arrecadação, para que possam captar os recursos necessários à execução das propostas. Após a etapa, os projetos serão apresentados na plataforma do programa no site Benfeitoria, de maneira que o público possa conhecê-los e começar a fazer doações aos que julgarem mais interessantes.
Só serão apoiadas ações que apresentarem índice mínimo de pulverização de recursos. O banco pretende com isso que sejam realizadas efetivamente ações com amplo engajamento popular.
A presidente da Benfeitoria, Tati Leite, avaliou que o programa do BNDES é o mais importante desde o lançamento da plataforma, porque ele “valida o matchfunding, inaugurado no Brasil em 2015, como ferramenta estruturante para outros agentes de fomento.