Autor da facada contra Jair Bolsonaro já está em Campo Grande-MS, presídio de segurança máxima

O mineiro Adélio Bispo de Oliveira desembarcou hoje em Campo Grande, seguindo direto do aeroporto para o presídio federal de segurança máxima da capital de Mato Grosso do Sul

Redação Site – Adélio Bispo de Oliveira, mineiro de Montes Claros, autor do atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, já está na Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Campo Grande – MS. Ele chegou à capital do Estado hoje (8) num avião da Polícia Federal, sendo confinado numa cela individual, de sete metros. Espaço designado a pessoas protegidas pela Justiça, ou que tenham a integridade física (mesmo no sistema penitenciário) comprometida, em função do crime praticado.

A juíza federal Patrícia Alencar converteu a prisão de Adélio em preventiva, entendendo que ele representa risco à sociedade, por se tratar de pessoa perturbada. O detento evidencia sinais notórios de desequilíbrio psíquico, alternado com momentos de lucidez e de ódio explícito na exposição dos seus fundamentos políticos (postados nas redes sociais) e daqueles que os confrontam.

O pedagogo continua sendo ouvido pela Polícia Federal, que deseja saber como vinha se mantendo numa pensão em Juiz de Fora há 15 dias, cidade onde não tem apoio familiar ou amigos. Adélio argumentou que os rendimentos disponíveis para pagar suas contas procedem do Seguro-Desemprego. Os policiais apuraram que ele tem 39 registros de empregos em cidades diferentes, todos com remuneração mínima. O último foi num restaurante. As contas de despesas e proventos não batem.

No quarto de Adélio, em Juiz de Fora, foram apreendidos quatro celulares e um Notebook, após autorização judicial para acessar conversas mantidas pelo suspeito, mensagens trocadas em aplicativos e outras informações gravadas.

A maior suspeita da polícia reside mesmo na forma como Adélio vinha se mantendo, incluindo viagens regulares e uma rotina de vida que não condiz com seu suporte salarial. Suspeita-se que o dinheiro do pedagogo possa ter procedência de cunho ilícito, à parte da labuta em empregos oficiais. E isso pode ser elo condutor para se chegar a um possível mandante do atentado contra o candidato do PSL.

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Quatro advogados contratados para defender Adélio

Para agravar as suspeitas, quatro advogados foram contratados para defender Adélio de Oliveira. Um deles, Zanone Júnior, informou apenas que o contratante dos seus serviços pertence a uma igreja de Montes Claros. Mas não disse quem era ou quanto cobrou pela defesa. Isso originou uma série de críticas ofensivas nas redes sociais, tachando os causídicos de aliados do criminoso e de quem está por trás do atentado.

A Ordem dos Advogados do Brasil, indignada, emitiu nota para defender os profissionais da área. Enfatizou que “todos têm direito à ampla defesa, característica do Estado Democrático de Direito”.

Acusações aleatórias de internautas à parte, as investigações da PF seguem aceleradas para descobrir duas coisas: a) quem é Adélio; b) e de onde vem o dinheiro que gasta sem aparente economia, em deslocamentos sucessivos por várias cidades. O presidiário insiste em dizer nos depoimentos que agiu sozinho por não concordar com as ideias de Jair Bolsonaro, que considera discriminatórias à raça negra, homossexuais, etc., somando-se às suas declarações de bravata armada.

Resta a Adélio convencer as autoridades de que fala a verdade. Boato não confirmado, também circulam nas redes que teria sido depositado R$ 350 mil na sua conta bancária, ontem (7). Mais dois suspeitos continuam na mira da Polícia Federal, um deles ainda internado, pelo fato de ter se envolvido em briga.

No geral, o efetivo de segurança aos candidatos a presidente foi reforçado em 60%, segundo assegurou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

 

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