Lais Costa Marques – A exportação de carne para mais de 90 países, o Valor Bruto da Produção estimado em R$ 15 bilhões para 2018 e o maior rebanho comercial bovino são alguns dos resultados conquistados pela pecuária de corte mato-grossense. Isso só foi possível com a manutenção do status sanitário de livre da aftosa a partir da vacinação. Para homenagear pessoas, entidades e instituições que contribuíram para essa conquista, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou uma audiência pública nessa quinta-feira (3).
Requerida pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB), o evento reuniu profissionais, produtores rurais e servidores públicos que, ao longo dos últimos 60 anos, trabalham pela conquista e pela manutenção do status de livre de aftosa com a vacinação. O deputado destacou a importância da pecuária para economia do estado e lembrou que o passaporte para nossa carne é a sanidade do rebanho.
“A abertura de mercados nacionais e internacionais não acontece do dia para noite, mas decorre do trabalho de muitos que se dedicam para manter o estado livre da aftosa. Servidores do Indea, médicos-veterinários e produtores que trabalham para garantir a segurança”, afirmou o deputado Wilson Santos.
Em maio, o Brasil foi reconhecido internacionalmente como país livre de aftosa e agora trabalha para a implantação do Plano Nacional de Erradicação da Aftosa sem a vacinação, o que poderá ampliar ainda mais o mercado da carne. Mas, para isso, uma série de requisitos deverá ser preenchida, como investimento em fiscalização.
A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Daniella Bueno, destacou que a conquista do novo status sanitário vem sendo discutida em âmbito federal e estadual e também com os países vizinhos. “O plano está em fase de implantação e depende de investimentos, comprometimento e estruturação e isso deverá vir da iniciativa pública e da privada”, detalhou Daniella.
O médico-veterinário, pecuarista e um dos precursores da luta contra a aftosa em Mato Grosso Valdebran da Silva relembrou a implantação da campanha da febre aftosa no estado e como isso foi importante para o desenvolvimento da pecuária. “Não tínhamos abates aqui e os animais eram enviados para frigoríficos em outros estados. Com isso, muitos deles adoeciam até chegar lá. Foi um trabalho difícil de conscientização do produtor e dos agentes públicos”.
De acordo como presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso (CRMV-MT), Verton Marques, apesar da febre aftosa não ser uma doença contagiosa para humanos, é adotada como uma espécie de padrão para avaliar a sanidade animal de um país.
O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, destacou a importância dos produtores para eliminar a circulação do vírus da aftosa. “Esta é uma oportunidade de reconhecer o trabalho realizado para livrar Mato Grosso da aftosa e que garante que a carne daqui chegue a tantos lugares no mundo”.
O presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Guilherme Nolasco, afirmou que a pecuária é parte da história do estado, visto que possui o maior rebanho do país e é uma das principais atividades econômicas.
Também participaram da audiência pública o engenheiro agrônomo e ex-deputado Maçao Tadano, a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Thais Amaral, o presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Santo Antônio de Leverger, Manoel Santos, produtores rurais, servidores públicos, médicos veterinários e estudantes de zootecnia.
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