A Associação Brasileira do Veículo Elétrico recebe com preocupação as notícias de que o Governo Federal poderá adiar o início do Programa Rota 2030, previsto para as primeiras semanas de 2018. A ABVE preocupa-se em particular com os riscos às metas de mudança da matriz energética dos veículos brasileiros fixadas no novo programa.
Como se sabe, o Rota 2030 foi anunciado em abril pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) para suceder a um programa já existente, o Inovar Auto, que vence no dia 31 de dezembro. Seu eventual adiamento para uma data incerta poderá abrir um vazio de políticas industriais para o setor automotivo, com efeitos negativos na retomada do crescimento econômico almejado pelo próprio Governo e por toda a sociedade.
O Brasil não pode prescindir de programas que contemplem não apenas os investimentos em novas tecnologias, mas também o compromisso de trocar os combustíveis fósseis por energias renováveis no setor automotivo.
A ABVE confia em que o presidente Michel Temer saberá encontrar o justo equilíbrio entre as restrições orçamentárias expostas pelo Ministério da Fazenda, as demandas da Organização Mundial do Comércio e o imperativo de incentivar a inovação na indústria nacional.
O Rota 2030 é o resultado de um longo e produtivo diálogo entre autoridades, especialistas independentes e entidades representativas do setor automotivo. O consenso já alcançado deve ser respeitado e valorizado. Por tais motivos, a ABVE entende que o cronograma originalmente anunciado pelo MDIC para o Rota 2030 é o que melhor atende aos interesses dos consumidores, dos fabricantes de veículos e de toda a economia brasileira. RICARDO GUGGISBERG, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico.