Sobrou apenas uma solitária cadeira…

Quem trafega na Avenida Miguel Sutil rumo a Várzea Grande, ou vice versa (Cuiabá-MT), passa bem ao lado da espaçosa área que o Ita Park ocupou durante meses. Ali, a partir do arrefecimento do forte sol vespertino, o parque abria suas portas para entreter cuiabanos e a população mato-grossense, em geral. Mesmo quem reside a centenas de metros dessa área conseguia ouvir a gritaria eufórica de adultos e crianças experimentando a série de brinquedos de alta adrenalina. A movimentação do parque se encerrava mais ou menos às 22 horas.

O Ita Park levantou acampamento para algum outro lugar há semanas. Logo, logo, pelo Google, os curiosos poderão visualizar sua nova sede de entretenimentos que desafiam a coragem humana. O espaço que ocupou em Cuiabá agora está vazio, sem nada que lembre os majestosos brinquedos, principalmente a montanha russa gigante. A não ser uma cadeira simples, deixada pra trás, sem cerimônia.

A cadeira é relativamente simples, até meio surrada pelo uso. Creio, aliás, ter servido de descanso para algum vigilante após o expediente, quando qualquer cuidado em relação aos “amigos do alheio” é pouco. É a partir daí que os ladrões aproveitam para surrupiar tudo ao menor descuido. Mas, algo estranho, o Ita partiu e a cadeira continua lá, como se enraizada naquele espaço retangular. Tornou-se sepultura simbólica.

O fato é que essa cadeira representa agora solitário marco que o Ita registrou durante sua última temporada em Cuiabá. A despeito da excelente atuação do parque, houve algumas críticas não positivas veiculadas na mídia, para desagrado de sua diretoria. O preço do passaporte foi considerado inacessível pela maioria do “Zé Povão”.

Enfim, não sei ainda por quanto tempo essa cadeira vai continuar por lá. Por enquanto, deduzo, está dando sorte de não ser levada por alguém. Ou talvez, é outra suposição, nada represente naquela inércia de “não me toque, quero apenas ficar aqui”.

Pelo sim, pelo não, a cadeira está livre para bandear sem rumo por outras bandas, ao contrário do Ita Parque, estrutura da qual cuidou durante meses seguidos…

João Carlos de Queiroz