A mulher fantasma do Morro de Santo Antônio…

Assombração feminina já virou celebridade, atraindo turistas ao local...

Santo Antônio-MT – A sede do humilde município mato-grossense, famoso pela animada folia carnavalesca e, principalmente, por cultuar, de forma primorosa, várias tradições mato-grossenses (danças, artesanato, fabricação de doces, etc…), fica a cerca de 35 km de Cuiabá, via terrestre. Pelo ar, essa distância é encurtada consideravelmente…

O lugar é frequentado maciçamente durante todo o ano. Isso se deve também à seleta gastronomia regional, pratos à base de pescado; peixe com banana é um dos mais procurados.

Há quem visite Santo Antônio apenas para apreciar o bom papo dos ribeirinhos, conversas que remontam a relatos folclóricos. “Neguinho D’água” [e mais lendas aquáticas} têm dado o ar da graça por lá, dizem pescadores.

Relatos aleatórios ainda falam sobre a aparição regular de rústica canoa, feita diretamente do tronco de árvore. Trata-se de comum embarcação ribeirinha, que flutua quase afundando sobre as águas…

Segundo assustados pescadores, essa canoa só aparece ao cair da noite, sempre navegando em sentido contrário. O barqueiro em questão, dizem, lembra a figura mística do Velho do Rio, da novela Pantanal, envolto em capa e chapéu enorme.

Quem cruzou com essa embarcação, em sentido oposto, jura ter visto apenas um chapéu e panos que não circundavam nenhum rosto humano. Ou seja: a embarcação era conduzida por “roupas”.

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Mesmo a depredação poluidora do Rio Cuiabá não afastou os banhistas das praias locais. Uma outra opção é navegar pelo manancial e conhecer um pouco da formação do município e sobre o próprio Pantanal. Santo Antônio, enfim, encampa riquíssimo teor cultural…

Mas vamos à mulher fantasma…

Logo após o trevo da Rodovia dos Imigrantes, já é possível avistar, à direita o famoso morro que leva o nome da cidade. Aliás, de qualquer ponto mais elevado, ele surge majestoso no horizonte plano da Baixada Cuiabana. Os moradores da capital mato-grossense gostam de apreciá-lo da sacada dos prédios.

Desde que Santo Antônio existe, esse morro sempre atraiu ambientalistas e turistas. E, pelo que andam contando, de uns tempos pra cá abriga também uma moradora fantasma. A personagem macabra virou atrativo, de visitação geral.

Quem conseguiu ver essa mulher, relata ser muito elegante, apesar de esquiva a qualquer tentativa de aproximação.

– Eu consegui vê-la uma vez, e então desci rápido do carro, a fim de checar se era real ou um fantasma. Ela fez gesto educado com a mão, convidando-me a segui-la. Ao empreender alguns passos, simplesmente desapareceu! – conta Vanessa Pinho, advogada.

O detalhe geral é que essa mulher sempre aparece vestida suntuosamente, trajando peças brilhantes e de cor única. Jamais repete as cores: se hoje se manifestou vestida de azul, amanhã pode surgir exibindo vestido verde, amarelo, ou de alguma outra tonalidade destacada.

Nenhuma das pessoas que presenciou tais aparições soube precisar a idade do aparente fantasma. Pelas descrições, pode ter uns 30 anos, mas não passa disso.

O fato é que essa mulher fantasma virou peça turística no Morro de Santo Antônio, atraindo legiões de pesquisadores de fatos sobrenaturais. Aos poucos, o morro assume características de castelo mal-assombrado daquela região…

Médiuns têm se desdobrado incansavelmente para pesquisar a identidade e origem dessa mulher, e o porquê de estar ali, ao pé do morro, assustando as pessoas. Estranho sua permanência no limbo, quando poderia desfrutar de descanso eterno…

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Se a mulher fantasma, do Morro de Santo Antônio, é mera invencionice popular, ficção inconsistente, vai ser difícil saber, em face de relatos recentes que confirmam suas aparições relâmpagos. Tanto surge na parte baixa do morro como, também, lá em cima. Houve quem descesse o “Pão de Açúcar” mato-grossense feito furacão, após ser convidado para segui-la…

Agora, para os céticos, fica um convite: dirijam-se ao Morro de Santo Antônio e invoquem essa ilustre moradora do além. Caso apareça, sinalizando boas-vindas e pedindo para acompanhá-la, aceitem. Assim, vamos ficar sabendo aonde deseja ir…

Por João Carlos de Queiroz, jornalista