A hora “H” das eleições: Bolsonaro teme avanço vitorioso de Haddad

Últimas pesquisas de intenção de voto têm demonstrado estabilidade do candidato petista, incluindo baixa nos índices de rejeição, enquanto Jair Bolsonaro perde pontos consecutivos e acumula favoritismo no quesito de rejeição

Redação Site – As eleições presidenciais do próximo domingo, 28, sintetizam uma das expressões mais populares do País: “Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. Isso porque, na ânsia de se ver livre das amarras petistas, o eleitor brasileiro depositou todas as suas fichas esperançosas no despreparado deputado federal Jair Bolsonaro. Não que ele seja a bola da vez, pelo contrário: se o palhaço Tiririca fosse o candidato a presidente, talvez estivesse no lugar de Bolsonaro, liderando as pesquisas. São cogitações imprecisas, lógico.

O que o eleitor quer, está evidente, é expurgar o PT da vida pública, detonar com qualquer poderio da agremiação em âmbito político/administrativo de governo da União. Não se trata de “a” ou “b”, ou seja: se Jair Bolsonaro é mais competente do que Fernando Haddad, ou vice-versa. O fato é que Haddad representa o lado espúrio de um partido que detonou o País e o envolveu num mar de lama corrupto, com ramificações partidárias distintas. O PT, ainda acusa o brasileiro, comandou uma quadrilha da roubalheira, a ponto de seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, agora se encontrar numa cela da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba-PR, cumprindo pena.

Já Jair Bolsonaro leva vantagem mais ou menos confortável porque não tem rastro de ilícitos corruptos na sua marcha política de 27 anos na Câmara dos Deputados, ainda que, nessas quase três décadas de mandato parlamentar no Congresso Nacional, ele não tenha feito absolutamente nada de útil. Tornou-se figura comum no coletivo de muitos inúteis que foram alçados ao mesmo posto por expresso voto popular. Sua aparente incompetência para gerir projetos de interesse do povo não conta agora: o eleitor tupiniquim quer Bolsonaro na presidência, pois é a única alternativa opositora ao PT.

Por outro lado, o capitão Bolsonaro tem sido detonado implacavelmente na mídia e redes sociais pela truculência de alguns pronunciamentos e posições fechadas, associando-o diretamente aos desmandos de tortura dos militares mais implacáveis da época da ditadura brasileira. As últimas declarações do seu filho, também deputado, ironizou a facilidade como se poderia fechar o Supremo Tribunal Federal, e auxiliaram negativamente no desmanche da imagem de bom moço que Bolsonaro tem tentado construir nos últimos tempos, reforçada pela tentativa de assassinato que sofreu em Juiz de Fora. Aquela facada soou como um atentato ao livre exercício democrático das urnas.

Fernando Haddad, em que pese o nebuloso revés petista, tem a seu favor um histórico de graduações universitárias, incluindo doutorado em Filosofia. É ex-prefeito de São Paulo, e não o pior prefeito da história daquela capital, como querem enfatizar alguns opositores. Em eleição vale tudo, ou quase tudo…

Outro detalhe favorável ao petista: Haddad, ao contrário de Bolsonaro, não acumula nenhum deslize de fanfarronice contra o povo humilde. A coordenação de Bolsonaro buscou tudo que pudesse incriminá-lo, sem êxito. Assim, tentam associar declarações negativas de outras pessoas {petistas} ao nome de Haddad, claro acinte à inteligência brasileira. Mas, particularmente, partindo dele, Haddad, não há nenhum registro que possa implodir a imagem de pessoa simpática e confiável que tem levado seu nome a galgar pontos tímidos e seguros, nas pesquisas de intenção de voto, enquanto o de Jair Bolsonaro – a cada levantamento do Ibope e Datafolha – despenca  na mesma proporção.

Prevendo que possa “nadar e morrer na praia”, ou “anoitecer presidente e amanhecer derrotado”, Jair Bolsonaro já instruiu sua equipe de assessores para não incentivar clima de “já ganhou”, oba oba que pode redundar num fiasco impensado. Pelo andar da carruagem, se as eleições fossem na semana seguinte, não neste domingo, 28, a possibilidade de Haddad ser o vencedor é concretamente reconhecida por especialistas políticos.

Essa medida preventiva de Bolsonaro pode não ser eficaz para evitar sua derrocada nas urnas, é outro prognóstico considerado, levando-se em conta o turbilhão de vídeos em que ele aparece fazendo troça da população pobre e se posicionando a favor da tortura. Aos poucos, tais imagens e áudios começam a mudar o pensamento de antigos apoiadores do capitão, o que fica evidenciado numa rejeição solidamente maior, se comparada à do concorrente petista, Haddad, de  clara postura ética.

Um outro fato contrário à manutenção da liderança de Jair Bolsonaro é sua deliberada fuga dos debates, quando os próprios médicos já o liberaram para participar de eventos eleitorais. A alegação de saúde frágil já não convence o eleitorado, pois Bolsonaro tem percorrido vários lugares e instituições em campanha o tempo todo nos últimos dias, somente não comparecendo aos debates.

No entendimento do eleitorado, está óbvio o receio do “capitão” de não dispor {nos debates} de argumentos contundentes e alicerçados em bases técnicas, capazes de se contrapor aos que serão apresentados e inquiridos pelo seu concorrente Fernando Haddad. Diante da retórica professoral e experiência administrativa do petista, as posições a serem emitidas por Jair Bolsonaro podem parecer as de um aprendiz escolar.

Ademais, uma derrota num debate eleitoral, programa visualizado por milhões de pessoas ao vivo e, também, em vídeos compartilhados nas redes sociais, pode implodir qualquer estabilidade de vitória. É a hora do toma-lá-dá-cá, não-me-engana-que-não gosto.

A esperança de Haddad é que os números das pesquisas, ainda a favor de Jair Bolsonaro, reflitam uma realidade oposta à mostrada até então. Isso tem sucedido em vários pleitos, despontando candidatos que, pelas pesquisas, sequer apareciam antes na condição de favoritos, assumindo a liderança após a apuração das urnas. O primeiro turno das eleições comprovou tal fato em vários estados brasileiros.

Enfim, neste domingo, quem quiser mudanças efetivas no  País, deve pensar bem antes de assinalar seu voto. Haddad carrega o peso morto do PT, cruz pesada, enquanto Bolsonaro ostenta projetos à parte dos interesses populares. Alguns deles arrepiam aqueles que imaginam o Brasil numa situação de guerrilha constante, com armas disparando aqui e ali. É essa a imagem em voga do capitão do Exército e do general que escolheu para vice. Conforme dissemos lá em cima, “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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