A agonia de quem está num jato prestes a cair, após explosão de turbina e despressurização

Redação site – ” Não ando de avião. Aviões caem”. Você já deve ter ouvido alguém falar. Principalmente agora, por conta desse acidente (dia 17) com um Boeing 737-700, da empresa Southwest Airlines, que protagonizou situações inusitadas. Ao pânico da repentina despressurização e perda parcial do equilíbrio da aeronave (que ficou chacoalhando), aliou-se surpreendente calma da comandante Tammie Jo Shults: serenamente, ela conseguiu realizar aterrissagem segura do jato no Aeroporto da Filadéfila {voo 1380), após o avião perder parte da turbina e a peça colidir violentamente com sua estrutura, rompendo janela próxima à asa.

Atingida pela peça, a passageira Jennifer Riordan, mãe de dois filhos, quase foi sugada. Jennifer teve ferimentos graves e não resistiu. É a única vítima fatal desse sinistro. Outros sete passageiros ficaram feridos.

O avião, que havia partido de Nova Yorque, dirigia-se a Dallas com 148 pessoas (143 passageiros e 5 tripulantes) a bordo. A despressurização, ocasionada pelo rompimento da janela, acarretou pânico geral. Após acalmar os passageiros, a comandante Tammie optou em fazer um pouso de emergência na Filadélfia. Anteriormente à carreira na aviação comercial, a comandante era piloto de caça na aviação americana, onde diz ter aprendido a manter serenidade em situações distintas. “Muitas vidas dependiam do meu controle emocional, e soube manter isso na condução do avião à pista mais próxima, na Filadélfia”.

Por conta de sua atuação serena e técnica, Tammie Jo Shults tem recebido cumprimentos de todas as partes do mundo. O fato é que a comandante, de perfil militar, evitou uma tragédia de proporções incalculáveis. O Boeing poderia ter caído sobre áreas residenciais nono entorno do aeroporto. Mas Tammie conseguiu colocá-lo em terra firme, a despeito das dificuldades causadas pela perda da turbina e despressurização na pilotagem. Outros comandantes disseram que Tammie realizou uma aterrissagem tecnicamente precisa, dificílima, dado às circunstâncias do pouso.

Não que seja algo frequente, mas não é impossível que ocorrências semelhantes voltem a acontecer. Há inúmeros registros de perdas de turbinas, trem de pouso, partes das asas, etc. E cada instrumento desfalcado implica em perda parcial ou total do controle da aeronave. A empresa diz que ainda não levantou quais foram as causas do desprendimento de parte da turbina do 737. Ao se soltar, a peça causou uma explosão, ouvida por todos os embarcados.

CASO PARECIDO NO BRASIL – Em junho de 96, um episódio quase semelhante foi registrado no interior paulista, quando um avião da TAM, que decolara de São José dos Campos rumo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, registrou uma explosão a bordo, catapultando o assento ocupado pelo engenheiro Fernando Caldeira de Moura para fora. O corpo foi encontrado depois no município de Suzano.

A aviação comporta uma infinidade de fatos estranhos. Há casos de comandantes que sofrem ataque cardíaco fulminante em pleno voo. Em alguns desses sinistros ocorridos com aparelhos menores, o passageiro foi obrigado a assumir os controles da máquina, devidamente monitorado por rádio. A maioria não tinha sequer ideia de como pilotar um avião.

Já em aeronaves maiores, jatos e turboélices, geralmente a figura do co-piloto substitui prontamente a do “capitão” (comandante). Desde, claro, que ele, o “copila”, denominação usual do auxiliar do comandante, tenha condições técnicas de assumir tais emergências. Nem todos têm, foi provado em pesquisas. E ainda foi provado outro fator: ciumeira dos comandantes em repassar conhecimentos aos auxiliares de voo. Temor natural de que o hoje aluno se torne titular em amanhãs breves, tornando-se instrumento de descarte dos aeronautas veteranos.

Poe editor-geral