Mensagem de Lula diz: “Por vocês valerá a pena morrer”
Ex-presidente mandou mensagem que foi lida por Marcio Macedo na Vigília Lula Livre, com a presença de Celso Amorim, Emidio de Sousa e militantes
Uma mensagem do ex-presidente Lula enviada por meio de seus advogados foi lida pelo vice-presidente do PT, Marcio Macedo, em um ato na Vigília Lula Livre, na tarde desta quarta-feira (18). Também participaram o evento o ex-ministro Celso Amorim, o secretário nacional de Finanças e Planejamento, Emidio de Sousa, o líder do MSTJoão Paulo Rodrigues, representantes da Força Sindical e do Conselho Mundial da Paz.
“Queridos e queridas, companheiros e companheiras, vocês são o meu grito de liberdade todo dia. Se eu não tivesse feito nada na vida, e tivesse construído com vocês essa amizade, já me faria um homem realizado. Por vocês valeu a pena nascer e por vocês valerá a pena morrer”, disse a mensagem de Lula.
Emocionado, o povo presente saudou o ex-presidente com gritos de “Lula Livre”
O secretário de finanças, Emidio de Sousa, destacou que “eles precisam saber que não estamos preparados para resistir 48 horas ou dez dias, estamos preparados para resistir quando tempo for necessário”, enfatizando a força de resistência do acampamento.
Ele também lembrou da campanha de arrecadação na página vigilialulalivre.pt.org.br, necessária para que o acampamento siga com toda a estrutura necessária, e comemorou as doações que já foram feitas.
“Essa plataforma tem arrecadado recurso no país inteiro, tem gente do exterior querendo doar, gente doando do país inteiro. Muita doação também de alimentos, remédios e cobertores, que mostra força do nosso movimento de resistência. Já conseguimos 350 mil reais e temos mais 150 mil já emitidos em boletos que vão entrar nos próximos dias, então são 500 mil reais.”
O ex-ministro Celso Amorim destacou a honra que foi viajar ao mundo ao lado do então presidente Lula, quando o Brasil adotava uma postura ativa e altiva nas relações internacionais, além de relatar que a visita ao acampamento lhe causou emoção.
“A gente chega a aqui com as emoções mistas, porque ao mesmo tempo tem a tristeza de ver esse homem admirado no mundo todo encarcerado. Não se pode encarcerar a voz da igualdade e da fraternidade. Ao mesmo tempo ver esse povo todo aqui nos enche de alegria e esperança”, afirmou Amorim.
Ele lembrou que “Lula dizia que sua política externa era altiva e ativa. O povo brasileiro é altivo e ativo. O povo brasileiro sabe cuidar de si mesmo, não precisa das multinacionais. Pode vir uma ou outra, mas não podem dominar o país”.
O ex-ministro contou que por acaso encontrou um comandante da Marinha no aeroporto e que juntos lembraram que na época de Lula o Brasil se preparava para ter um submarino de propulsão nuclear que seria usado na defesa de sua ampla costa e do pré-sal.
“Temos a maior costa atlântica do mundo e temos o pré-sal, temos que nos defender. As Forças Armadas não são para entrar em favela, matar bandido, são para proteger nossas fronteiras e espaços aéreos”, afirmou ele, acrescentando que não se deve ter medo dos militares. “Não devemos ter medo. Andaram falando umas bobagens, mas não é o dominante, porque eles reconhecem que com Lula o Brasil tinha uma presença no mundo”.
Amorim também ressaltou a presença no Brasil do prêmio Nobel Argentino, Adolfo Pérez Esquivel, para falar em defesa de Lula, além de lembrar que Lula ajudou a criar o G20, em substituição às reuniões do G7, e que era um dos poucos capazes a dialogar tanto com Bush, presidente dos Estados Unidos, como dialogar com Chávez, presidente da Venezuela.
“Nenhum líder internacional liga para Temer, para nosso chanceler. O que quero dizer é que tive muito orgulho de correr o mundo ao lado de Lula. O Brasil teve uma importância enorme”, concluiu.
João Paulo, do MST, afirmou que “a resistência tem sido muito importante nesse momento. Ontem foram 22 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, mas também em abril se celebra os 54anos do Golpe de 1964, os 2 anos do golpe contra Dilma Rousseff”.
Citando as ações de ocupação do MST nos últimos dias, João Paulo defendeu que “temos que sinalizar para a classe trabalhadora e para as autoridades que a luta popular continua com muita força. Na segunda-feira vamos fazer reunião com as lideranças da Frente Brasil Popular para definir o calendário do próximo período.”
Da Redação da Agência PT de notícias
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