O LULISMO BRASILEIRO {na visão de Adilson Jr., ativista político e acadêmico de Direito da UFMT}

“Lulismo” e o “jeitinho” andam de mãos dadas. Inclusive, isso é muito comum na vida do povo brasileiro, que dá um jeito para sobreviver"

Por Adilson Jr. – Naturalmente, como todo bom político brasileiro, Lula estaria bem protegido das denúncias do Judiciário, cooptado pelas práticas pouco ortodoxas arraigadas na história do país, e preso por ter entendido que dar um jeito de morar em um tríplex, sem pagar aluguel, “não daria nada”.

E não daria! Ou por uma articulação bem feita em Brasília, ou por ministros do STF dando suporte, ou porque os 3 Poderes são ávidos em proteger poderosos.

Mas, em um “golpe” do acaso, de azar e de Justiça, nosso ex-presidente foi pego com a “boca na botija”, e buscando um jeito de se safar, juntou-se com os políticos antigos – os quais criticava “em um acordo com o STF e com tudo”. Fez caravana com sua turma, fez show-missa no ABC e se entregou.

Justo Luiz Inácio, o cara do discurso firme anticorrupção, desde 89, em 2002, eleito o presidente da esperança, abraçado carinhosamente com grupos corruptos diversos e dando um jeito de ser agraciado com um triplex e reformas caras? Passou dos limites.

No STF, agora, 5 ministros que votaram a favor do HC querem Lula solto, já que a “ atual jurisprudência da Corte”,  sobre prisão em segunda instância, fere nossa Constituição e o “trânsito em julgado”.

Oras, mas se for assim, por que essa turma do STF – que clama pelas regras constitucionais – não dá um jeito para que se cumpra à risca os direitos humanos e sociais que estão na Carta Magna, especialmente os referentes à educação, à saúde, ao lazer, à cultura e à segurança? Seria a liberdade de Lula mais importante do que o acesso a todos esses direitos? Soa meio desproporcional…

Daí, percebi que o “Lulismo” e o “jeitinho” andam de mãos dadas. Inclusive, isso é muito comum na vida do povo brasileiro, que dá um jeito para sobreviver, um jeito para comprar um carro, um jeito para ser atendido {antes} na fila do SUS; e até mesmo para conseguir uma vaga em creches.  Lula é do povo, não seria diferente!

No Brasil, para aqueles que têm poder, ou que são realmente influentes de alguma forma, as regras são flexibilizáveis, dá-se um jeito! 

Quiçá, logo mais, quem sabe?, com belos argumentos daqueles de conto de fadas, horas e horas de votos bem redigidos, e com os ânimos controlados, a  Suprema Corte dará um jeito de soltar o ex-presidente e seremos, mais uma vez, tapeados…

E, acreditem: não há qualquer condição de os demais brasileiros serem beneficiado com esse sistema. Logo, temos que revê-lo; não podemos acreditar que é a única forma de organização possível. Ou mudamos, ou continuaremos no país que não tem jeito, mas que sobrevive do “jeitinho”.

Por Adilson Jr.

Sócio da empresa XX Assessoria & Representações, acadêmico de Direito da UFMT, estudante de marketing digital e ativista político.

 

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