SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO: dia triste, santificado. Mas, domingo, é pura festa, viva a Páscoa!
Não há ser humano que se sinta feliz hoje. Dia em que Jesus foi julgado injustamente, humilhado, torturado e crucificado com requintes de crueldade máxima. Até vinagre lhe deram para beber quando estava agonizante na cruz, que Ele próprio carregou sob chibatadas violentas, desferidas pelos soldados romanos. Tampouco teve condescedência por parte da população, que fez escárnio de sua figura combalida. Povo beneficiado por milagres e outras bênçãos de Cristo...
Por João Carlos de Queiroz – Acordei triste hoje, pensativo. Decididamente, Sexta-Feira da Paixão não é um dia comum. Minhas reflexões me levaram a pensar no suplício atroz que Jesus sofreu. Foi covardemente trucidado por ser santo, por ter dado tudo de si em prol dos homens pecadores. Doou até o próprio corpo, sendo vítima de zombarias, chicotadas, pancadaria e, finalmente, a crucificação.
Jesus Cristo pagou por não ter cometido nenhum pecado, pelo contrário: apenas fez o bem. Curou os enfermos e ressuscitou os mortos, distribuindo comida, água, além de propagar preciosas instruções acerca dos ensinamentos do Pai. Mas o povo não quis saber nada disso, condenando-o à morte. Sequer na cruz, com as mãos e pés transpassados por pinos, banhado em sangue, deram trégua ao seu sofrimento. E quando pediu água, embeberam vinagre num pano, para obrigá-lo a beber. Torcida inexplicavelmente sádica…
É um fato que assusta e acusa a todos nós, o tempo todo, remorsos herdados dos antepassados assassinos. Pois não há outra forma de definir quem contribuiu para que a prisão de Jesus se transformasse numa condenação à morte, quando poderia ter sido poupado simplesmente por ser inocente. O próprio Rei Pilatos disse isso, antes de lavar as mãos e acolher a vontade popular de crucificar Jesus no Monte Calvário.
Jesus expirou ao meio-dia, momento em que sombras noturnas cobriram o céu em toda a Terra, irradiando-se relâmpagos e trovões. Na cruz, a inscrição do motivo de sua condenação: “O rei dos judeus”.
Segundo informações do blog “Uma janela sobre o mundo bíblico”, o Monte Calvário sedia atualmente a Igreja do Santo Sepulcro, cujo interior está conservado o Calvário. É o lugar da ressurreição com o túmulo de Jesus. Ainda conforme o blog, “no início do século o arqueólogo inglês Gordon identificou o Túmulo do Jardim como sendo o verdadeiro lugar do túmulo de Jesus, que sugere a localização da cidade árabe de Jerusalém, e que estaria fora dos muros da cidade”.
Nada adiantou, portanto, a sanha covarde dos soldados romanos e da turba de populares sedentos de sangue, pois Jesus Cristo, filho de Deus, ressuscitou no domingo. Daí a importância do Domingo de Páscoa, uma das datas comemorativas mais importantes do cristianismo. Trata-se de uma celebração plenamente justificada.
SOBRE A PÁSCOA – A Igreja Católica explica que o período pascal (que pode ser denominado também de pascoal) tem início no domingo da ressurreição e só é encerrado no domingo de Pentecoste, duração de 50 dias. Ovos e coelhos representam parte da simbologia da Páscoa. Páscoa é palavra de origem hebraica (Pessach, passagem), e significa a vitória do bem contra o mal, a imposição da esperança viva em Deus.
Outros símbolos católicos acompanham datas igualmente importantes: Nascimento de Cristo e sua última ceia com os apóstolos, quando Jesus serviu Pão e Vinho. A própria cruz se tornou o anteposto da morte, simbolizando a vitória da vida e a Presença Viva de Jesus. Os filmes de vampiros exploram isso muito bem…
São datas cristãs marcantes nos corações e de imprescindível recolhimento espiritual para muitas instituições religiosas, católicas e evangélicas. Há consenso entre todas de que “Jesus está voltando”, frase repetitiva nos templos e em praças públicas, como se fosse um alerta. E é. O presumível retorno de Cristo “para o resgate dos bons”, conforme retórica cristã, implica num aviso de que nem todos serão redimidos dos seus pecados. Jesus viria então na figura de um juiz celestial, incumbido pelo Pai (Deus) de recolher somente quem tivesse a pureza impressa nos seus corações. Já o restante, despencaria para o Vale das Sombras, a fim de expurgar seus malefícios terrestres. Não se sabe se num purgatório ou no inferno…
Ainda que eu seja católico convicto, e tenha Jesus em minha companhia durante 24h, duvido que Ele retorne fisicamente, apesar de, espiritualmente, estar sempre presente entre aqueles que o torturaram e mataram. Senão, vejamos:
- O risco de Cristo sofrer novas mutilações e ser condenado e morto numa outra cruz é concreto. Isso porque o próprio Cristo adiantou que outros surgiriam falando ou concedendo milagres em Seu nome;
- Pelo sim, pelo não, os homens atuais, que ora abrem os braços pedindo seu retorno, vão querer tirar isso a limpo. O tipo preto no branco, o “ver pra crer de São Tomé“. E aí, sem dúvida, crucificariam Jesus novamente;
- Aqui, na Terra, portanto, ele não volta mais, podem esquecer os esperançosos pecadores…
UM BOM DOMINGO DE PÁSCOA A TODOS!
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