Queila Ribeiro: artisticamente perfeita numa maviosa exuberância. Sinta-se enlevado por esse anjo da música
A voz contagiante dessa cuiabana converge atenção geral quando ela se apresenta. Há uma musicalidade mágica nas expressões e na melodiosa exposição de tons ao violão, companheiro inseparável. O sinônimo de Queila Ribeiro é sucesso
Redação site – A pequena cuiabana Queila Ribeiro (com Q, mesmo, não com K) recebeu uma missão divina quando abriu os olhos pela primeira vez: a música seria sua alma gêmea no transcorrer dos passos mundanos. Dom de Deus não se discute, e, a exemplo das leis dos homens, deve ser acatado. Queilinha não quebrou o protocolo: passou a cantar e tocar sem parar desde seus primeiros passos firmes na pré-adolescência. E não parou mais, para deleite geral de quem aprecia eclosão crescente de talento.
“Desde pequenininha, eu já era bem sapeca, gostava de improvisar, cantar, dançar. Sentia-me feliz em ambientes musicais, ou lidando com instrumentos diversos, principalmente violão. Esse instrumento se tornou minha paixão diária, não somente no desempenho profissional, mas também em casa, quando a melancolia me sacode as entranhas e sempre inspira algo de criativo interessante”.
A artista fincou pé na estrada tão logo sentiu que poderia compartilhar sua música em outros lugares mais distantes. De início, titubeou, receio do desconhecido, algo natural em todos nós, humanos. Consultou parentes, amigos, colegas musicais, e todos foram enfáticos: “Vai em frente, garota! Você tem potencial, vai arrebentar!” – palavras decisivas no faz-malas e num sorriso de “aceito o desafio”.
O resultado disso está hoje na ponte aérea musical que a musa faz entre Cuiabá e o Rio de Janeiro, cidade que também adotou como terra querida. “Sinto-me à vontade no Rio, não tenho nenhum temor de andar pelas ruas centrais e periféricas da cidade. Lógico que existe violência, e pessoas têm morrido lá, sim. O mesmo acontece em outras partes do País. Existe muita diferença entre o alarde diário feito pela imprensa e a realidade carioca”.
Por ser notívaga, apresentando-se em bares e shows que o Rio de Janeiro protagoniza em noites quentes, a menina cantora disse que, vez ou outra, ela pernoita em casas de amigas residentes nas favelas. “São pessoas do bem, trabalhadoras. Colegas da área musical ou estudantes. No geral, tenho amigos dentro e fora das favelas, comunidades injustamente apontadas na imprensa como lugares satânicos para o cidadão comum. Não é bem assim: sempre andei por lá sem ser incomodada. Por vezes, sandálias nas mãos, a fim de aliviar os pés doloridos, horas de dança”.
Em Cuiabá, Queila se apresenta sempre no “Mundaréo”, próximo à Arena Pantanal. Sua presença tem lotado a casa em noites especiais. Afinal, a figura carismática da garota representa garantia de show musical de alta qualidade. Os aplausos entusiásticos da massa de presentes {à entrada de Queilinha e a cada finalização de melodia} atestam isso, seguindo-se sonora gargalhada de felicidade da mocinha cantora e assovios de quantos se sentem lisonjeados em vê-la em ação.
Um dos proprietários, Adston Luiz Arantes, disse que a considera quase como uma filha. “Assisti a graduação musical dessa menina, praticamente uma criança, na época. Ficou conosco por bom tempo, antes de se mudar para o Rio de Janeiro. Mas sempre nos brinda com apresentações de alto nível, a exemplo dos demais artistas da casa. Tê-la aqui significa casa cheia, noite abrilhantada. Sem falar da alegria do reencontro, pois é muito querida de todos nós”.
Na última quinta-feira, Queilinha fez seu último show em terras cuiabanas, antes de embarcar, nesta segunda, de volta para o Rio de Janeiro. “Retorno em abril, já agendei shows em Cuiabá”, informou. Os fãs agradecem e já evidenciam angustiante ansiedade para aguardar que abril chegue logo e descortine novo palco da musicalidade atrativa dessa pequena gigante da melodia.
A bela artista Queila Ribeiro simplesmente unificou à potente voz uma descontraída postura de bem-estar com a vida. No dia a dia, ela associa ainda uma incrível agilidade no manuseio das cordas do violão, cúmplice afinado de toda essa magia musical de berço…
(Texto João Carlos de Queiroz, editor-geral)
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