ELEIÇÕES: POLICIAL CIVIL DE MT ANUNCIA PRÉ-CANDIDATURA AO GOVERNO
Ex-petista, o investigador Leonel Reis (Polícia Civil/MT) anuncia seu nome como um dos concorrentes à chapa majoritária do Executivo nas próximas eleições. Sem meios termos, diz que seu nome é opção espontânea para mudar o quadro de imposição de poderosos na política do Estado em outubro próximo. "Sou pré-candidato ao Governo de Mato Grosso. Não tenho medo de enfrentar peixe grande"
Redação – O cuiabano Leonel Reis afirmou hoje (4), enquanto caminhava pelas ruas do pacato bairro Coophamil, onde mora em Cuiabá, que é pré-candidato à sucessão governamental pelo PSOL. Leonel procede de família tradicionalmente policial: seu pai, Lourival Sérvulo dos Santos, integrou as fileiras do Exército Brasileiro na condição de oficial. Dois de seus irmãos {Leonardo e Narah Cristine} também são policiais, respectivamente membros da Polícia Federal e PMMT. Os únicos que não seguiram a carreira de agentes da lei foram Louriley e Lourival Júnior.
Todos cresceram na região da quadra 11 do Coophamil, sempre unidos, para orgulho da matriarca Aydes Reis. Os vizinhos se acostumaram com o jeito comedido dessa família, cujo líder é regente do coral da Igreja São José, guitarrista exímio, festeiro animado de São Benedito. Leonel sempre gostou de um bom papo de esquina e de maratonas excursionistas mata afora. “Sou ambientalista, apaixonado pela natureza”, confessa ele. Álcool sempre passou longe de suas preferências farristas, substituído por sucos naturais.
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“Antes de ser integrado à Polícia Civil Judiciária de MT (concurso público), atuei na Guarda Municipal de Várzea Grande durante anos, adquirindo expressiva experiência na área de segurança pública”
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Servidor público na Polícia Civil de Mato Grosso, Leonel disse que sua postulação ao cargo de governador não é motivo de estranheza: “É uma alternativa para colocar o cidadão acima dos grãos. No meu entendimento, é preciso que a minoria da população consiga impor-se perante os gigantes que têm dominado áreas cruciais do Estado, principalmente na esfera política”.
Ele acentua que ‘não nasceu político’, mas a política aconteceu em sua vida de maneira impositiva, porém natural. “Essa concepção de que pobre não tem direito de postular cargos eleitorais é falsa: temos hoje pessoas humildes em destaque no cenário político em níveis municipal, estadual e federal. Trata-se de uma minoria procedente de classes menos privilegiadas da sociedade. São os humildes, caracterizados pela ausência de posses materiais. Todos têm o direito de buscar seus sonhos e metas, graduar-se em setores públicos e privados. Disputar eleições, a meu ver, é um dos instrumentos de combate das classes subjugadas à soberania de alas presumidamente superiores (na ótica delas mesmos), ou seja: os eternos mandatários da economia do País, detentores de mandatos eleitorais e cargos públicos”.
O pré-candidato sublinhou que essas palavras se referem a nomes que já passaram pelo Palácio Paiaguás. “Ao contrário de alguns antecessores, o governador Pedro Taques não é nenhum milionário, isso é fato conhecido. O alarde em torno do seu nome {como favorito das próximas eleições} vem do fato de ele estar em pleno mandato, e assim prevalece aquela velha tese: “Quem tem a máquina nas mãos, não perde eleições”. O que não é impeditivo, lógico, ao meu projeto de disputar e ser vitorioso”.
Formado em Educação Física, Leonel lecionou em várias escolas da capital antes de vestir a camisa de investigador da Polícia Civil. “Sinto-me preparado: procedo de uma militância política desde o movimento estudantil na UFMT, onde desenvolvi legítima paixão por esse segmento. Tenho convicção de poder contribuir com a sociedade se eventualmente for escolhido para ser o próximo governador de Mato Grosso”.
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“O agronegócio mato-grossense é pujante, famoso, expande as fronteiras do País para terras muito além. No entanto, tanta soberania produtiva e geração de recursos bilionários não contempla a massa popular, apenas uma minoria. O que sugere não dependermos tanto de um setor que não agrega benefícios coletivos à sociedade, contemplando outras alternativas de desenvolvimento econômico/social”
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Segundo o policial civil, Mato Grosso é um exemplo de recordes de desenvolvimento em setores distintos, com ênfase no agronegócio. “Ocupamos liderança em várias produções (soja, milho, algodão, etc.), sediando o maior rebanho bovino do País. O agronegócio vai de vento em popa no território mato-grossense, mas há outras alternativas que podem ser exploradas para que todos lucrem. É preciso reduzir a influência e dependência direta do agronegócio, abrir espaço para áreas distintas. O agravante do agronegócio é o seguinte: pouquíssimos colhem os frutos lucrativos desse setor, apesar do esforço coletivo de milhares. Então, é preciso mesmo mudar as diretrizes, estratégias….
Reside em realidades semelhantes – ainda destacou o pré-candidato Leonel Reis – o seu projeto de candidatura ao governo, aliado ao desejo de promover justiça social no Estado e contribuir para uma distribuição justa de renda. “Somente assim poderemos alavancar o desenvolvimento para os mais de três milhões de habitantes do território e garantir ao Estado a condução segura de suas potencialidades. A redução da influência e dependência do agronegócio abrirá uma série de vertentes econômicas, bem atrativas. Um dos exemplos é o Turismo, a indústria que mais cresce mundialmente. É um segmento arrecadador de recursos lícitos e não agressor ao meio ambiente”, pontuou.
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“Integrei o PT, sim, mas jamais coadunei com qualquer ideia controversa do partido, capaz de prejudicar a sociedade”
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Sobre seu passado petista, Leonel disse que foi um partidário abnegado, defensor de propostas voltadas a beneficiar a sociedade. Ele aproveitou para condenar qualquer prática de corrupção, seja ela nos bastidores partidários, privados ou governamentais. “Jamais compactuei com qualquer tipo de deslize favorável a esse ou aquele segmento. A corrupção é um cancro social grave, capaz de mutilar e vitimar letalmente milhões de pessoas. Combatê-la é primordial para que o País se livre de amarras tão danosas à sua estrutura de desenvolvimento e prestador de serviços. Os corruptos precisam ser combatidos na condição de pragas humanas”, asseverou.
Explicitamente acerca da condenação {e possível prisão do ex-presidente Lula}, Leonel Reis não desmereceu as posições condenatórias da Justiça e tampouco endeusou a figura do ex-metalúrgico como símbolo da injustiça social no País:
“Cabe à Justiça decidir se Lula é culpado ou não. Aliás, já decidiu em parte, quando sua condenação inicial (oito anos), do juiz Sérgio Moro, foi elevada a 12 anos e um mês. Se ele (Lula) errou, terá que pagar, a Justiça é inflexível e irá puni-lo. É praxe das leis vigentes no País, aplicáveis a qualquer cidadão em prática de ilícitos. Acontece não porque Lula tem prestígio nas bases minoritárias e pode representar perigo na sucessão presidencial, nada disso: o Brasil exige Justiça para os praticantes de corrupção. Está em jogo a própria hegemonia da Justiça, que não admite exceções”.
Leonel ainda discorreu sobre alguns aspectos inerentes à descoberta de polos de corrupção em setores antes impensáveis dos governos e multinacionais, que formataram intrínseca metodologia criminosa para tentar burlar a vigilância das autoridades policiais:
“E na maioria dos casos, conforme a mídia propaga, existe sempre a figura de um político graúdo no meio dessa sujeira toda. O próprio presidente Temer é alvo de investigações por parte do Ministério Público Federal. Só sei o seguinte: o Brasil tem sido muito prejudicado pelos adeptos dessa corrupção deslavada, que sugou bilhões e bilhões dos cofres públicos. E isso ainda não terminou, como alguns imaginam erroneamente em face do trabalho exemplar protagonizado pelas Polícias Civil e Federal, a exemplo da Lava-Jato. Ver nossos colegas em ação e com brilhantes resultados de investigação é algo que nos incentiva e orgulha bastante”.
Acreditar num País melhor, finaliza Leonel, é fundamental, “desde que você apoie as leis, seja combatente das coisas erradas. O inverso dessa trajetória é endossar apoio à marcha triunfal daqueles que se julgam acima das leis para cometer deslizes de toda espécie em prejuízo da Nação”. (Texto JCQ)
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