Posse de Lula oficializa celebração da democracia brasileira
A solenidade de posse de Lula ocorreu hoje (1o.) 100% tranquila em Brasília-DF. O esquema de segurança foi garantido por forte aparato policial, com a cerimônia pública sendo prestigiada por centenas de milhares de apoiadores e partidários.
Após a partida de Bolsonaro para Orlando-EUA, praticamente foi esvaziada a participação dos seus seguidores (pacíficos e baderneiros) acampados na Esplanada dos Ministérios e em outros pontos do País.
Um dos destaques da cerimônia de posse foi a presença da cadelinha Resistência, animal adotado no período em que Lula ficou preso em Curitiba-PR. Denominada de Resistência, a cadelinha subiu a rampa ao lado dos seus tutores, sob som majestoso de hinos militares. A cadelinha Resistência ainda chegou a posar no colo de Janja.
Muito emocionado, Lula recebeu a faixa presidencial das mãos do povo brasileiro, visto que seu antecessor se negou a repassar essa faixa, antecipando tal desejo ao viajar para Orlando.
A faixa presidencial se constitui num símbolo centenário de cerimônias similares, e vem recebendo formato diferenciado ao longo de décadas.
Na sequência, faixa presidencial estampada no peito, Lula e Janja prestigiaram a execução do Hino Nacional. Uma enorme Bandeira Nacional foi estendida sobre a multidão durante a interpretação do hino, símbolo patriótico.
DISCURSO ENFÁTICO: COMBATE À FOME E RESGATE DA DIGNIDADE DO CIDADÃO
No seu discurso, Lula destacou ser hoje (1o.) um dos dias mais felizes de sua vida, estendendo caloroso “Boa tarde, povo brasileiro!”
Agradeceu toda a mobilização antes e pós-eleição para apoiá-lo e prestigiar sua posse.
– Minha gratidão a todos vocês, que enfrentaram todo tipo de violência política, antes e depois das eleições. Isso transcorreu num momento em que uma minoria violenta e antidemocrática tentou se apropriar das nossas cores {Bandeira Nacional}, símbolo que pertence a todos os brasileiros.
O presidente afirmou que vai governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiros, não apenas para quem votou nele.
– Chega de discurso de ódio, de fake news! A disputa eleitoral acabou. Não existe dois Brasis. Somos um único povo, uma única Nação. E compartilhamos uma única virtude: não desistimos nunca.
– Nosso compromisso, de 2002, permanece: lutar para que o Brasil não passe fome! – reafirmou Lula, salientando que vai cuidar com muito carinho do País e do povo.
BRASIL SOFREU RETROCESSO PREOCUPANTE
– Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa – salientou o presidente Lula, exemplificando a volta do cenário da fome, com crianças vendendo balas pelas ruas, pedindo esmolas, e mães desesperadas sem nada para oferecer aos filhos famintos.
– A volta da fome é um crime, e é o mais grave de todos cometido contra o povo brasileiro. De um lado, temos uma pequena parcela que tudo tem, enquanto, de outro lado, existe miserabilidade. Se queremos construir hoje o nosso futuro, não pode haver lugar para tanta desigualdade.
Lula ainda falou sobre as mortes provocadas pela pandemia:
– Foram cerca de 700 mil brasileiros mortos pela COVID. Outros 33 milhões passam fome, enquanto um sem número vivencia insegurança alimentar, falta de emprego. São dados estatísticos, indicadores, que assinalam os marcos desastrosos do desgoverno derrotado pelo povo brasileiro, no histórico dia 30 de outubro de 2022.
Também destacou ser urgente e necessária a formação de uma Frente Ampla para a reconstrução do País.
– É hora de voltarmos a cuidar do Brasil e do povo brasileiro, criar vagas nas universidades, retomar obras de infraestrutura de Minha Vida Minha Vida, abandonadas pelo governo que se foi, entre outras providências urgentes, vitais.
Também o meio ambiente mereceu destaque na fala do presidente empossado hoje:
– Precisamos acabar de uma vez por todas com a devastação drástica dos nossos biomas, principalmente da Amazônia, e retomar o relacionamento internacional. Nosso desafio comum é a criação de um País democrático e justo. O Brasil tem jeito: mesmo diante do quadro de destruição revelado pelo gabinete de Transição, o Brasil tem jeito, sim.
Por João Carlos de Queiroz
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