Chapadenses debatem impactos ambientais na duplicação da MT-251

Durante a Audiência Pública, a população obteve informações sobre o Estudo de Impacto Ambiental e as medidas mitigadoras correspondentes

Juliana Carvalho | Sema-MT – Os moradores de Chapada dos Guimarães se reuniram na Câmara Municipal da cidade para conhecer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a duplicação da MT-251. O trecho a ser ampliado compreende 44,2 km da rodovia, entre o trevo de acesso ao Lago do Manso e a entrada de Chapada, passando por dentro do Parque Nacional. A reunião com presença do corpo técnico das secretarias de Meio Ambiente (Sema), Infraestrutura (Sinfra) Adjunta de Turismo (Seadtur), órgãos reguladores, sociedade civil organizada e moradores foi realizada na última sexta-feira (26).

Desenvolvido pela Ecoplan, por meio da Sinfra, o projeto aborda vários itens importantes e apresenta três soluções técnicas para transposição do trecho entre o Balneário da Salgadeira e o Córrego da Mata Fria, passando pelo Portão do Inferno. As três opções pensadas para atravessar o Portão do Inferno são as seguintes: 1) construção de uma ponte suspensa; 2) alargamento da pista fazendo a retirada (corte) de parte do paredão para o alargamento da pista; 3) a construção de um túnel por dentro do paredão. A empresa responsável pelo EIA concluiu que a obra é ambientalmente viável, uma vez que considerou que a maior parte dos impactos negativos são transitórios.

Para o secretário de Meio Ambiente do Estado, André Baby, o projeto está em consonância com o turismo sustentável. “A indústria do turismo é hoje a que menos polui no mundo e dessa forma, com uma infraestrutura adequada, podemos alavancar a vinda de turistas para o nosso Estado”, declarou o gestor. A prefeita do município de Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira, acredita que toda obra feita para atrair mais turistas ao município é bem-vinda. “Também saúdo a audiência pública uma vez que ouvir a opinião da população é importante para chegarmos ao melhor projeto possível”, ressaltou a prefeita.

Estrada-Parque

Os moradores da cidade concordam que a estrada de Chapada dos Guimarães precisa ser melhorada para aumentar a segurança dos motoristas, mas pediram ao Governo que a MT-251 siga sendo tratada como Estrada-Parque. O promotor de Justiça do município, Leandro Volochko concorda: “A MT-251 não é uma rodovia qualquer e merece receber tudo o que há de mais moderno e eficaz em tecnologia para preservação do meio ambiente, transformando o trecho como uma Estrada-Parque modelo”.

Segundo Baby, a equipe multidisciplinar da Sema que irá analisar o estudo é altamente capacitada e empregará as melhores técnicas para assegurar que o projeto seja benéfico para a sociedade ao conciliar as necessidades de melhorias na estrada com a conservação do meio ambiente.

Outra preocupação dos moradores é com a duplicação exista a possibilidade de aumento do limite de velocidade na rodovia e a liberação do tráfego de caminhões pesados. Atualmente, a velocidade na MT-251 é limitada a 80 km/hora e o tráfego de caminhões de 26 toneladas e acima de três eixos só é permitido mediante Autorização Especial de Transporte (AET) para cargas com destino ou origem Chapada dos Guimarães.

O secretário adjunto de Engenharia da Sinfra, Rogério Arias tranquilizou a população: “O Governo e Conselho Estadual de Transportes irão manter as atuais restrições de tráfego na MT-251 e estamos, inclusive, estudando outras medidas para o trânsito como determinação de faixas de horário para o tráfego de cargas pesadas”.

A Estrada-Parque na rodovia MT-251 foi criada por meio do Decreto 1.473 de junho de 2000. O documento assinado pelo então governador Dante de Oliveira, instituiu que a rodovia entre os trechos no entroncamento com a MT-351 (Estrada do Manso), em Cuiabá, até a altura do Mirante, km 15 de Chapada dos Guimarães, constitui-se em área de grande potencial turístico, apresentando expressiva beleza faunística e florística.

Fauna

A apresentação feita pela bióloga da Ecoplan, empresa contratada pelo Estado para fazer o EIA/Rima, Fabiana Maraschin, também trouxe soluções para a travessia de animais na rodovia, evitando assim os atropelamentos de bichos que atualmente são comuns. A bióloga do Instituto Centro Vida (ICV) e moradora de Chapada, Carolina Cheida, também sugeriu que sejam feitos diversos tipos de corredores de animais contemplando tanto passagens subterrâneas, quanto pontes por cima da estrada.

As sugestões e considerações feitas pela sociedade serão analisadas pela equipe da Sema ao longo do processo de licenciamento ambiental. Outras considerações podem ser feitos pelo e-mail cleia@sema.mt.gov.br . O estudo completo pode ser acessado aqui: https://goo.gl/9Pv9Ab

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