Disputa pela Prefeitura de Cuiabá ainda sem nome definido

A corrida eleitoral rumo à Prefeitura de Cuiabá-MT tem registrado quadro atípico, sem que nenhum dos três principais postulantes ao cargo possa anunciar posição invicta de vitória no próximo dia 15. Na prática, inexiste (por ora) garantia prévia de que ciclano e beltrano têm presença garantida até no segundo turno, tamanho o quadro de oscilações do termômetro vigente nas pesquisas.

Tal impasse é explicável: os candidatos dispõem de trunfos merecedores de trunfos e mazelas que o eleitorado refuta veementemente. Por conseguinte, fica difícil estabelecer prévia preferência desse ou daquele. São três nomes fortes, mas somente um deles será o prefeito. Os demais passam ao largo de qualquer chance, segundo avaliação dos próprios institutos de pesquisa e jornalistas políticos.

Senão, vejamos:

a) Prefeito Emanuel Pinheiro (MDB): tenta a reeleição, respaldado no pacote de empreendimentos concretizados na sua gestão (alguns ainda em andamento):

– reforma e ampliação de unidades de Saúde; construção de UPA(s) e do novo Hospital Municipal de Cuiabá; asfaltamento de ruas e avenidas nos bairros, que também receberam serviços de iluminação e esgotamento sanitário; construção de viadutos, passarelas, conjuntos habitacionais; investimentos na reforma de escolas;  cessão gratuita de kits escolares (material e uniforme completo para o alunado).

Outros investimentos de Emanuel Pinheiro se aplicam às áreas de Esportes, revitalização de praças e valorização do servidor público (Plano de Cargos, Carreiras e Salários). Uma iniciativa  inédita foi em relação à proteção animal: Pinheiro criou a Diretoria de Bem-Estar Animal, dando fim ao extermínio de cães e gatos de ruas recolhidos pelo Centro de Zoonoses. O lugar se transformou em abrigo à espera de doação. Também baixou lei proibindo a circulação de veículos a tração animal no município.

*A Diretoria de Bem-Estar Animal dispõe de viatura para atender chamados de maus-tratos e para recolher algum animal em situação delicada (atropelamento, por exemplo…). Por vezes, esse atendimento é feito em companhia da PM.

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A coleta de lixo regular também deve ser destacada na atual gestão: nunca houve nenhum entrave nesse serviço, atividade anteriormente qualificada como complexa por outros gestores.

O único “senão” da candidatura de Emanuel reside no famoso caso do “Paletó”, em que o prefeito (então deputado estadual) aparece nas redes sociais embolsando maços e maços de dinheiro. Esse vídeo maculou gravemente sua imagem perante a opinião pública, tornando-se símbolo da corrupção imperante no Poder Público.

b) Roberto França (Patriotas): o ex-prefeito de Cuiabá e ex-deputado Roberto França tenta retornar ao comando da Prefeitura da capital mato-grossense. A seu favor estão os incentivos direcionados à área esportiva (construção de mini estádios e quadras poliesportivas) e ações sociais protetoras a crianças e adolescentes, projetos sequenciados pelos sucessores.

França é radialista e comunicador em potencial, irradiando franco carisma durante suas cordiais apresentações televisivas. Repassa a imagem de homem de imprensa que fala na cara o que pensa e o amigo que gosta de bom-papo e bom café na casa de dona Maria…

Toda essa imagem de simpatia é alquebrada quando os servidores municipais dizem que França ficou seis meses sem pagar salários, o que obrigou a maioria do funcionalismo a utilizar empréstimos CDC no BB para honrar os seus compromissos emergenciais. O receio da categoria é de que esse episódio se repita.

Abílio Júnior (Podemos) é o outro candidato forte no páreo: vereador por Cuiabá, empreendeu tenaz luta contra a corrupção, procedimento que afirma estar estabelecida dentro do governo municipal. Diz claramente que sua intenção de ser prefeito é arrancar a turma do “Paletó” do Palácio Alencastro.

Membro da CPI da Saúde na Câmara de Cuiabá, as investigações de Abílio Júnior culminaram até na prisão de um ex-secretário de Saúde. Teve o mandato cassado por falta de decoro parlamentar, mas a Justiça determinou sua recondução ao cargo.

Abílio é bem argumentado quando oficializa alguma acusação, sempre exibindo provas cabais do que coloca a público. Postura que lhe rendeu franca admiração até de apoiadores de outros candidatos, que veem no “Careca” {conforme alguns o denominam} uma figura dinâmica e 100% honesta, capaz de promover um governo eficiente e austero na capital.

Abílio chocou ao anunciar que, se eleito, irá demitir três mil comissionados. Mas houve boa contrapartida disso, tendo em vista que muitos concursados não tiveram acesso ao quadro oficial do município por causa dos comissionados.

O “Careca” é comparado ao estilo do presidente Jair Bolsonaro, que não tem medo de anunciar as medidas que irá implementar, ainda que sejam danosas à sua imagem. Abílio goza ainda de vantagem por não ter nenhum dedo acusador de qualquer deslize seu na condição de cidadão e homem público. Sua candidatura se desenvolve sem rejeição.

Com tantas peculiaridades distintas, os três candidatos buscam galgar o posto de preferido dos eleitores e assumir o comando da cadeira número 1 do Alencastro. O difícil é saber quem exatamente  pode contar com vitória nas urnas desde já. Porque, até agora, as pesquisas de intenção de voto evidenciam persistente “gangorra”: ora um dos componentes desse trio está em baixa, enquanto os demais alternam posições improváveis, no centro ou lá em cima. Melhor aguardar o dia 15 para uma leitura exata do que os eleitores vão decidir.

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