Invisível, o novo coronavírus virou ‘patrão ditador’ do mundo

O vírus não pode ser visto a olho nu, mas se tornou uma temeridade mundial. Os olhares das pessoas evidenciam angústia nos quatro cantos do Planeta, entremeando medo, pavor, desamparo... O novo coronavírus pode estar em algum lugar exatamente agora, pronto para atacar, dar seu bote mortal nos que considera desafetos potenciais, o homem

De repente, grande parte do planeta virou refém de um inimigo inusitado, visível apenas com instrumentos microscópicos: o novo coronavírus. O formato desse vírus é interessante, meio artístico, lembrando uma flor exótica, quase um girassol. Mas, independente dessa apresentação visual chamativa, o ardiloso vírus passou por processo de robustecimento incrível desde que surgiu pela primeira vez, tornando-se instrumento de morte implacável, fulminante em cadeia inimaginável. Infectada, uma pessoa pode morrer de maneira cruel após agonizar alguns dias.

A asfixia é um dos suplícios de tortura que o novo coronavírus tem assinado mundo afora , sem qualquer antídoto (comprovado oficialmente) que possa barrar seu avanço criminoso até agora. Alguns testes tentam encontrar a fórmula mágica que aniquile esse inimigo tão poderoso. Por conta dessa blindagem, milhares de pessoas já perderam a vida. No Brasil, o furor assassino do vírus ainda nem começou, porém já originou a adoção de medidas preventivas que emolduram ações paliativas e aparentemente sem a eficácia pretendida.

O mais interessante é que, agora, as pessoas nem saem mais de casa, adiando compromissos antes inadiáveis. Resguardados nos lares, a maioria das pessoas sonha com o fim do ciclo do vírus. Quando a própria existência está em jogo, qualquer outra coisa se torna supérflua, regra defensiva do ser humano…

SOBRA TEMPO PARA TUDO

Até há algumas semanas, quando sequer imaginávamos que esse vírus {oriundo da China} chegasse ao Brasil, amigos nos pediam desculpas pela recusa de convites para um chope ou reunião familiar. A falta de tempo era sempre o motivo principal. Curiosamente, esse tempo que “faltava” agora sobra em excesso. E vem sendo desperdiçado sem nenhuma atividade fundamental, restrito à ociosidade de reclusão doméstica, típica quarentena. O império de terror do patrão coronavírus está dentro de cada mente humana, deteriorando o psicológico e atividades econômicas.

Com o novo coronavírus ditando ordens gradualmente severas, as cidades brasileiras estão desérticas, a exemplo de outras partes do mundo. Não se vê mais o movimento tradicional de vai e vem maciço de pessoas e veículos pelas ruas, somente portas fechadas e um silêncio assustador. O cenário é idêntico a cenas cinematográficas que pretensiosamente descrevem o fim de mundo, tema favorito de roteiristas famosos.

Em meio a esporádicos tumultos registrados em alguns supermercados, para estocagem de alimentos básicos, as instruções sobre como tentar evitar a disseminação do vírus assassino ganham listas impressionantes. E, a cada hora, avolumam-se mais medidas de higiene pessoal e domiciliar. Em alguns países, os infratores da quarentena começam a ser enquadrados pela Justiça, sob a acusação de contribuírem para a proliferação dessa pandemia.

O mundo, na verdade, protagoniza por ora uma legítima lição de vida, ou de morte. Quem sobreviver, poderá contá-la para seus descendentes. Desde que realmente assimile os princípios básicos dessa experiência que balançou os pilares existenciais de todo o planeta.

Para os orgulhosos, os soberbos, sobrou apenas o medo, e a conclusão óbvia de que significam somente pontos de descarte no Universo terrestre. Afinal, pela prepotência do seu poder letal, e invisível, o novo coronavírus rotulou todos os seres da Terra como frágeis viventes, passíveis de extermínio. Não há nenhuma distinção entre o rico e pobre, para quem mora nas ruas, debaixo de pontes, ou vive confortavelmente em mansões. Em resumo, o temível “abraço” do patrão coronavírus não discrimina nenhuma categoria humana. Hoje, o vírus é a própria foice da morte.

Por João Carlos de Queiroz, jornalista

 

 

 

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