Chuvas: sobe para 11 número de mortos na Baixada Santista

Previsão para hoje é de chuva moderada a forte em todo o litoral Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Pelo menos onze pessoas morreram devido às fortes chuvas que atingem a região metropolitana da Baixada Santista, litoral sul de São Paulo, desde a noite de ontem (2). Segundo a Defesa Civil do Estado, as mortes foram em Santos (1), em São Vicente (2) e no Guarujá (8). De acordo com os últimos dados, uma pessoa está desaparecida em São Vicente e duas, no Guarujá.

Segundo o Núcleo de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil do Estado, o acumulado de chuvas nas últimas 12 horas no Guarujá foi de 282 milímetros (mm); em Santos, de 218 mm; em Praia Grande, 170 mm; em São Vicente, 169 mm; em Mongaguá, 160 mm; em Cubatão, 132 mm; e em Itanhaém e Bertioga o acumulado foi de 110 mm.

A previsão esta terça-feira (3) é de chuva moderada a forte em todo o litoral de São Paulo, incluindo a Baixada Santista. As chuvas ocorrem devido à formação de uma área de baixa pressão na região e à circulação dos ventos nos níveis altos da atmosfera. Durante a noite de hoje e a madrugada de quarta-feira (4), o sistema se afasta e com isso diminui o risco de chuva forte na região. Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, o acumulado previsto para a Baixada Santista para as próximas 24 horas é de 60 a 70 mm.

Pelo Twitter, o prefeito João Doria informou que sobrevoou a região no início da tarde: “Vim para a região da Baixada Santista acompanhar de perto os trabalhos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para encontrar os desaparecidos e retirar moradores das áreas de risco”

João Doria

@jdoriajr

Vim para a região da Baixada Santista acompanhar de perto os trabalhos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para encontrar os desaparecidos e retirar moradores das áreas de risco. Os municípios de São Vicente, Santos e Guarujá são os mais afetados.

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Guarujá

A Prefeitura Municipal de Guarujá decretou estado de emergência e ponto facultativo em razão das chuvas. As aulas na rede municipal também foram suspensas. Foram registradas, infelizmente, oito vítimas fatais, 32 pessoas desaparecidas e cerca de 200 desabrigadas. Na manhã de hoje, o prefeito Válter Suman sobrevoou a cidade com o secretário chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Walter Niakas Júnior. Dentre as mortes está a de um bombeiro que trabalhava no resgate de soterrados.

Foram registrados sete deslizamentos, com as situações mais críticas nos morros da Bela Vista (Macaco) e Barreira. Os desabrigados estão sendo assistidos nas unidades escolares. O Fundo Social de Solidariedade está recebendo doações de roupas, sapatos, cobertores e produtos de higiene pessoal. O FSS fica na Rua Cavalheiro Nami Jafet, 54.

Chuvas na Baixada Santista
Deslizamento no Morro do Macaco Molhado, no Guarujá (SP) – Amanda Perobelli/Reuters/Direito reservados

Santos

De acordo com informações da prefeitura de Santos, uma mulher de 30 anos morreu no Morro do Tetéu. O Samu fez outros seis atendimentos, com três pacientes sendo levados para a Santa Casa, hospital de referência regional em ortopedia e traumatologia. Uma menina de 7 anos, do Morro São Bento, está internada na UTI pediátrica do hospital. Já a sua mãe, de 39 anos, teve alta após avaliação da equipe multiprofissional. O terceiro internado é um homem de 43 anos, morador da Caneleira, também com múltiplos ferimentos.

Para a Unidade de Pronta Atendimento (UPA) Central foi levada uma mulher de 48 anos, moradora do Morro do Saboó, vítima de soterramento. Ela passou por avaliação médica, exames de raios-X e não foram encontradas fraturas. Com escoriações leves, ela teve alta no início da manhã. Outras duas mulheres, uma de 52 anos e outra de 73, moradoras do Morro São Bento, também foram levadas para avaliação na UPA após ficarem desabrigadas. Elas não têm ferimentos.

Os trabalhos começaram na tarde de ontem, quando foram registradas ocorrências de deslizamentos nos morros Santa Maria, São Bento, Vila Progresso e Monte Serrat, além do rolamento de um bloco de rocha no Monte Serrat. Também houve a queda de uma árvore de grande porte no bairro Piratininga.

“Estamos priorizando os atendimentos às vítimas, principalmente nos morros, que foram mais impactados com obstrução de vias e escorregamentos. Assim como todos os abrigos da Cidade, que já estão de portas abertas, a Prefeitura também colocou à disposição das famílias a Vila Criativa da Vila Progresso e a nova escola municipal Terezinha Maria Calçada Bastos, no São Bento”, disse o prefeito, Paulo Alexandre Barbosa.

Por conta das dificuldades de acesso, a prefeitura suspendeu as aulas em 12 escolas municipais localizadas nos morros, na Zona Noroeste e na área continetal.

São Vicente

A Prefeitura de São Vicente informou, por meio de nota, que houve deslizamentos nos morros do Itararé, Barbosas, Ilha Porchat e Parque Prainha, onde há três pessoas desaparecidas. O desabamento ocorreu por volta da meia-noite. As equipes do Corpo de Bombeiros trabalham nas buscas. O prefeito Pedro Gouvêa decretou estado de calamidade pública no município.

Na Vila Valença, o chão do banheiro de uma clínica de repouso cedeu e um idoso está desaparecido. O local foi interditado. As famílias de sete idosos foram notificadas. Eles foram acolhidos pela equipe da Secretaria de Assistência Social (Seas) e encaminhados para abrigo municipal.

Na Avenida Saturnino de Brito, no Parque Prainha, sete moradias foram interditadas pela Defesa Civil. Onze pessoas foram atendidas pela Assistência Social – três adultos e oito crianças. Uma família, mãe e cinco filhos, foi encaminhada ao abrigo municipal.

“A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedup), atua em toda a cidade na remoção de resíduos provenientes dos escorregamentos e alagamentos. A equipe, composta por representantes da Defesa Civil e de secretarias de governo trabalham desde a madrugada no atendimento às ocorrências. No momento, a cidade registra pontos de alagamentos nas regiões do Jóquei Clube e Cidade Náutica”, informou a prefeitura.

A cidade registrou o mês de fevereiro mais chuvoso dos últimos 67 anos. O índice pluviométrico alcançou a marca histórica de 915,2 mm.

Matéria ampliada às 13h37

Edição: Denise Griesinger

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