Reforma da Previdência: golpe impiedoso também nas costas do trabalhador rural. Principalmente das mulheres…

A reforma previdenciária não leva em conta que o trabalho no campo exige maior esforço físico, reduzindo drasticamente o tempo de vida útil dos contribuintes. A prevalecer os termos do texto enviado pelo presidente ao Congresso Nacional, a maioria dos produtores familiares nem verá a concessão do benefício de aposentadoria. As mulheres foram as mais penalizadas...

Por Redação Site – A proposta de reforma da Previdência, além de aumentar o período de trabalho para as mulheres em cinco anos, e o tempo de contribuição para 40 anos, representa também um duro golpe nas costas do trabalhador rural, notadamente em situação diferenciada perante os contribuintes urbanos. Isso porque o trabalhador rural humilde não tem carga horária definida, tampouco usufrui de feriados e finais de semana. Na labuta diária do campo, fator de pleno conhecimento do governo, prevalece sobrecarga  natural no trabalho produtivo. Consequentemente, culmina em doenças precoces de coluna e outras resultantes do esforço físico, agravadas pela falta de assistência de Saúde.

“Aposentadoria via óbito”

Logicamente, a notória penalização insensível proposta pelo governo à classe rural não leva em conta fatores do tipo. Na esfera governamental, de quem assiste, feito Judas, o transcorrer do calvário proposto aos trabalhadores, em geral, o mais importante é assegurar que o Tesouro Nacional, no âmbito Previdenciário, não registre mais déficits crescentes, a fim de garantir a manutenção desse benefício. Mesmo que muitos trabalhadores pereçam a meio caminho, pois a maioria dificilmente conseguirá atingir o tempo proposto pelo atual governo. A proposta elaborada pelo Planalto é isenta do mínimo critério humanizado. Ou seja: muitos contribuintes descerão a sete palmos antes disso.

Para os trabalhadores do campo e assalariados do setor urbano, a esperança é de que esse absurdo seja vetado antes de seguir adiante, não oficializando chicotadas aleatórias e altamente injustas na classe paupérrima da Nação. Para variar, os privilegiados de classes abastadas estão sendo poupados.

Explica-se assim o porquê de a Confederação da Agricultura e Pecuária não se manifestar à imprensa acerca do tema (não quis conceder entrevista ao Globo Rural), associando-se, em omissão, a outras instituições governamentais que poderiam vir a público explicar o “preto no branco”.

A verdade é que os impactos reais da reforma previdenciária não podem ser alardeados, sob pena de incorrer em irredutível veto antecipado no Congresso, quando deputados e senadores talvez tenham piedade de autorizar as mudanças contra quem não tem nenhuma defesa. Aumentar em quase duas décadas a contribuição previdenciária vigente é realmente uma covardia!

Sede de trilhões

Na ânsia de arrecadar divisas monetárias, o governo simplesmente lavou as mãos para proporcionar algum descanso àqueles que efetivamente sustentam a Nação. Pelo contrário: na visão indiferente da proposta de reforma da Previdência, o setor rural é o culpado potencial pelo déficit previdenciário Conclusão que não leva em conta que o campo é o principal responsável pela produção de alimentos do País, setor que sacia a fome de milhões. Inclusive, das classes privilegiadas, de onde partiu a ordem de estender, por décadas, a contribuição e o tempo de trabalho, sacrificando ainda mais quem já asfixiava para sobreviver.

Sugerimos que os deputados e senadores {e outros defensores dessa proposta} empunhem enxadas e passem a labutar no campo pelo tempo que entendem ser preciso para a Previdência funcionar a contento. Um deles é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem alardeado efusivamente ser possível chegar aos 80 anos trabalhando. Para quem milita em gabinetes com ar-condicionado e registra salários altíssimos mês a mês, sem o mínimo esforço físico, é fácil dizer isso.

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Portanto, levando-se em conta a média de vida dos brasileiros, acrescida de expressiva redução de tal estatística no setor rural – em face da intensa jornada laboral -, a “aposentadoria maravilha” proposta pelo governo e tão tenazmente defendida pelos seus aliados, vai ser usufruída somente em outra reencarnação, acaso exista uma outra vida…

Editoria-Geral do site www.veiculosdahora.com.br

 

 

 

 

 

 

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