Saiba como vai ser a atuação da Defesa Antiaérea durante a posse presidencial
A Defesa Antiaérea será composta por 12 Unidades de Tiro empregando dois tipos de armamentos
Cerca de 130 militares de Organizações pertencentes ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), que vão atuar durante a Operação Posse 2019, participaram nesta sexta-feira (28) da Cerimônia de Apronto da Defesa Antiaérea. O objetivo é cumprir a determinação do Comando de Operações Aeroespaciais de estabelecer a Defesa Antiaérea da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), e o Decreto nº 9.645, publicado nesta sexta-feira (28) no Diário Oficial da União, assinado pelo Presidente da República, Michel Temer, que estabelece os procedimentos a serem observados com relação a aeronaves suspeitas ou hostis durante a posse presidencial no dia 1º de janeiro.
“Caso seja necessário, estaremos dispostos a abater uma aeronave porque está previsto no Decreto e temos uma responsabilidade muito grande com as pessoas que estarão presentes no evento, como os Chefes de Estado, os nosso líderes e governantes. É uma obrigação do Estado Brasileiro prover essa segurança e nós montamos um sistema adequado e operativo, no mesmo nível dos demais outros grandes países. A Esplanada dos Ministérios será o ponto mais bem defendido da história do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro”, declara o Comandante de Operações Aeroespaciais, Major-Brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich.
A Defesa Antiaérea faz parte do esquema especial para garantir a segurança durante o evento. O planejamento prevê a criação de três áreas (vermelha, amarela e branca), que serão acionadas ao meio-dia do dia 1°, além de medidas que serão tomadas contra as aeronaves consideradas hostis, que são aquelas que não cumprirem as determinações da Defesa Aérea. Conforme a posição da aeronave e a classificação de hostilidade, as medidas vão ser adotadas progressivamente da interceptação, passando pelo tiro de aviso até o tiro de destruição.
“Tudo isso será coordenado de uma sala de controle do prédio do Comando de Operações Aeroespaciais [COMAE], onde nós observamos a aeronave entrando na área. A ordem é toda feita por palavras-código e tudo é gravado. Quem pode autorizar a destruição de uma aeronave é o Presidente da República, que, por meio do Decreto, delegou isso ao Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato”, explica o Major-Brigadeiro Mangrich.
Defesa Antiaérea
Para que isso ocorra, a Defesa Antiaérea será composta por 12 Unidades de Tiro empregando dois tipos de armamentos: o míssil antiaéreo RBS 70 e o míssil antiaéreo IGLA S e envolve militares do 11º Grupo de Artilharia Antiaérea, do Exército Brasileiro (EB), que pertence à 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea; e o 3° Grupo de Defesa Antiaérea, da Força Aérea Brasileira (FAB), pertencente à 1ª Brigada de Defesa Antiaérea.
O míssil RBS 70, de origem sueca, é um dos armamentos antiaéreos mais modernos da atualidade e tem a capacidade de engajar aeronaves na faixa de velocidade de 0 a 300 metros por segundo dentro de um raio de sete quilômetros de sua posição.”Esse é um sistema de mísseis telecomandados, ou seja, por intermédio da iluminação do alvo por um facho de laser, o sistema comanda o míssil até o alvo designado pela autoridade de Defesa Aeroespacial, com capacidade de neutralizar a ameaça que possa aparecer no espaço aéreo”, destaca o Comandante do 11º Grupo de Artilharia Antiaérea do EB, Tenente-Coronel Marcos César Oliveira de Assis.
Já o míssil IGLA S, de fabricação russa, é capaz de engajar aeronaves dentro de um raio de seis quilômetros de sua posição e possui um guiamento de atração passiva por infravermelho. “Esse tipo de míssil, após ser feito o disparo, não precisa ser guiado. Ele automaticamente se guia na direção do alvo sem nenhuma ingerência do atirador, seguindo a fonte de calor que ele acoplou, indo na direção do alvo até impactar”, especifica o Comandante do 3º Grupo de Defesa Antiaérea da FAB, Tenente-Coronel de Infantaria Fernando Maurício Gomes.
Para a detecção das aeronaves hostis, além do sistema de radares da Força Aérea que varrem a totalidade do espaço aéreo brasileiro, serão empregados, também, radares de baixa altura portátil SABER M 60, que possuem a capacidade de detectar alvos a baixa altura a um raio de até 60 quilômetros, complementando a cobertura radar para promover a proteção do espaço aéreo do Distrito Federal.
Fotos: Soldado Wilhan campos / CECOMSAER
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