Facada de Judas: não se mata presidentes impunemente
Por João Carlos de Queiroz – A semanas das eleições, quando o Brasil escolherá um novo presidente, a facada traiçoeira que quase matou, na última quinta-feira (6), o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, líder das pesquisas, acarretou mal-estar geral súbito em toda a Nação. Reavivou lembranças fragmentadas de episódios semelhantes contra autoridades políticas e religiosas no Brasil e no mundo, a exemplo do ataque sofrido fatalmente pelo presidente Kennedy, e a primeira tentativa de assassinato (a tiros) contra o Papa João Paulo II, em 13 de maio de 1981 (*mais dados no final do texto).
O atentado contra Bolsonaro trouxe à baila, em cenário preocupante, a misteriosa morte de Tancredo Neves na década de 1980 (21 de abril de 1985, em SP). Depois de eleito, antes da posse, Tancredo entrou em estado de coma enigmático, vindo a falecer semanas após. A versão oficial do óbito aponta infecção geral, falência múltipla de órgãos. Mas persistem boatos de que Tancredo teria sido baleado numa cerimônia religiosa. Morte encomendada, é o cochicho popular.
Outra suspeita incômoda na área política diz respeito ao acidente aéreo com o então presidenciável Eduardo Campos. Campos também liderava as pesquisas de intenção de votos. O atentado contra Jair Bolsonaro, portanto, a despeito de o agressor ter sido identificado e preso em flagrante, segue linha semelhante.
Difícil, aliás, o autor dessa tentativa de homicídio, Adélio Bispo de Oliveira, pedagogo, natural de Montes Claros-MG, ex-filiado do PSOL, convencer que agiu por conta própria. A proximidade dele com movimentos políticos {contrários a gestões governamentais em exercício} derrubam tal tese, somando-se a postagens críticas nas redes sociais. Bolsonaro aparece em algumas.
Adélio disse ter recebido “ordem de Deus” para tirar a vida de Bolsonaro. Por decisão judicial, vai ser transferido para um presídio de segurança máxima em Mato Grosso do Sul. Outros suspeitos de envolvimento no atentado estão sendo investigados pela PF.
Adélio até sorriu – conforme fotos levantadas pelas autoridades – enquanto acompanhou Bolsonaro pelas ruas de Juiz de Fora, sempre próximo do candidato. Outra descoberta, além de que ele já tem passagem na polícia por agressão: havia treinado tiros num clube. Foi indiciado com base num artigo de segurança nacional. No presídio, até mesmo para resguardar sua vida, Adélio ficará isolado.
Facada impulsionou candidatura à vitória
Ainda que tenha descarregado furor assassino em Bolsonaro, supostamente para conter seu avanço rumo à rampa presidencial, Adélio fez foi ajudá-lo a chegar ali de forma bem mais cômoda, conforme prognósticos de especialistas políticos. Porque, depois deste atentado, a popularidade do candidato disparou triplamente. A facada em Bolsonaro – frustrada pela competência e agilidade dos médicos da Santa Casa de Juiz de Fora-MG – arregimentou solidariedade maciça para que sua postulação política siga em frente cada vez mais forte.
Os seguidores de Bolsonaro ainda temem que a segurança possa falhar e um segundo ataque ao candidato seja perpetrado. Temor baseado na suspeita de que a facada sofrida pelo presidenciável pode não ter sido ideia exclusiva do mineiro Adélio, mas de grupos que estão à solta.
Segurança reforçada no hospital
Desde a manhã desta sexta-feira (7), Jair Bolsonaro está no 5º andar do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Visitas (à exceção de familiares) estão proibidas. Federais reforçam a segurança na unidade hospitalar em plantão sequenciado.
Num vídeo feito pelo senador Magno Malta, o candidato disse na tarde de ontem (7) que já temia ser atacado, mas não acreditava que isto pudesse acontecer. Salientou que nunca fez mal a ninguém, e questionou “por que o homem é tão mau”.
Repete-se agora, em São Paulo, com Bolsonaro, uma cena triste que os brasileiros protagonizaram quando Tancredo Neves estava em coma: apoiadores da campanha montaram plantão em frente ao hospital, acendendo velas, rezando e cantando o Hino Nacional. Tudo que os inimigos mortais de Jair Bolsonaro não queriam…
*SOBRE OS ATENTADOS CONTRA KENNEDY E JOÃO PAULO II...
*John Fitzgerald Kennedy foi um político americano que serviu como 35° presidente dos Estados Unidos e é considerado uma das grandes personalidades do século XX. Ele era conhecido como John F. Foi morto a tiros em 22 de novembro de 1963, quando desfilava em carro aberto em Dallas, Texas, EUA.
Homem santo, o Papa *João Paulo II perdoou o autor dos tiros que quase o mataram, o ex-terrorista turco Mehmet Ali Agca. Aparentemente arrependido, após a morte do Papa, Ali foi ao Vaticano e depositou rosas brancas no túmulo de Karol Wojtyla.
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