“Tolerância Zero”: política de Donald Trump contra imigrantes ilegais ainda choca o mundo
Redação Site – O presidente americano, Donald Trump, continua à vontade para sequenciar a nova política de “tolerância zero” voltada aos imigrantes ilegais na fronteira dos EUA com o México. Agora, exige apoio dos democratas para intensificar mais ações nesse aspecto. O lado assustador da inédita medida (e que assombrou o mundo inteiro) reside na separação das crianças dos seus pais (ou tutores) que tentavam entrar ilegalmente no País, incluindo bebês.
Todos os imigrantes flagrados atravessando a fronteira dos EUA, de forma ilegal, são presos e processados. Centenas deles já aguardam nos centros federais de detenção a audiência de custódia e posterior deportação. Como as crianças não podem ficar confinadas em presídios, então elas são levadas para abrigos existentes em várias partes dos EUA, para serem entregues aos pais quando a Justiça determinar a deportação.
Mas o choro das crianças, somada à aflição dos pais encarcerados, recrudesceu mundo afora e obrigou Donald Trump a voltar atrás parcialmente na decisão: no último dia 20 de junho, pressionado por Organizações de Direitos Humanos e Justiça, ele assinou uma ordem executiva que mudou radicalmente a recente metodologia empregada pelo governo americano em relação aos imigrantes ilegais. Pelos termos do documento, o objetivo é evitar a separação das famílias, detendo pais/filhos juntos.
No dia seguinte (21.06) à expedição da ordem executiva, o presidente anunciou ter ordenado às agências do governo para reunir imediatamente as famílias separadas. Mais ou menos algo como reagrupar ovelhas dispersas após apito emergencial.
Porque, conforme acusam entidades de direitos humanos, dezenas de pais não têm ideia do paradeiro dos filhos, e tampouco os EUA sabem informar isso precisamente. Grande quantidade de crianças foi alojada em abrigos aleatórios, muitos distantes dos centros federais. Há casos de crianças que já nem reconhecem os próprios pais, em face dos meses de separação.
Organizações de Direitos Humanos dos EUA também denunciaram que muitas estavam em gaiolas em alguns abrigos, enquanto outras têm sido sedadas com psicotrópicos “para ficar calmas.” Dados levantados indicam que, no ato da deportação maciça por ocasião da validade da nova política de “Tolerância Zero”, 463 imigrantes podem ter partido dos EUA sem seus filhos.
Assim, mesmo com autorização governamental para que pais e filhos fiquem juntos, o problema agora é reuni-los. Donald Trump, lógico, posa de inocente em toda essa história. Postou nas redes sociais que os imigrantes ilegais têm usado crianças para “propósitos sinistros”. Só não explicou quais seriam.
Atualmente, segundo uma das organizações que mantém vigília constante sobre essa política desumana perpetrada pelo governo norte-americano contra os imigrantes ilegais, 711 menores ainda permanecem em supostos abrigos, muitos em legítima situação carcerária. Os pequenos não entendem o porquê de estarem confinados num lugar estranho e longe dos pais, e entram em pânico revoltoso, momento em que são sedados, denuncia a entidade.
Já no Brasil, a jovem Natália de Oliveira Silva comemorou o reencontro com a filha. Disse que foi uma maratona localizá-la. “Pensei que não conseguiria, e entrei em desespero. Mas, graças a Deus, tudo deu certo”, contou ela ao Fantástico da Rede Globo.
Entenda a situação:
Anteriormente à nova política de imigração implementada por Donald Trump, os imigrantes ilegais podiam até conseguir refúgio nos EUA ao alegar não querer voltar para seus países de origem. E enquanto o processo não era deferido, ou indeferido, ocorria de serem ou não detidos. Após as audiências na fronteira, se negado a permanência nos EUA, a família inteira era então deportada.
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