Encontro entre Trump e Kim Jong-un gera dúvidas se o ditador coreano é confiável
Ainda que o presidente americano e o ditador norte-coreano tenham apertado as mãos e até passeado por um jardim em Singapura, sinalização de proximidade entre os recentes inimigos, nada foi oficializado na declaração assinada durante o encontro. O documento traz apenas algumas intenções vagas, sem qualquer garantia de que serão cumpridas. Principalmente por parte do ditador coreano, conhecido pela forma cruel com que trata prisioneiros e seu próprio povo
Redação site – O aguardado encontro histórico entre o presidente americano Donald Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, terminou em Singapura num clima misto de otimismo e muitas incertezas. As dúvidas recaem exatamente em cima do ditador Kim Jong-un, se ele é realmente confiável (quando anuncia desejar paz) ou se está apenas fazendo um jogo de cena para disfarçar suas reais intenções.
Desconfianças à parte, Trump se mostrou satisfeito ao final do encontro, que durou 5h, dividido em três reuniões. Aos jornalistas, o presidente americano adiantou que a reunião, em si, já significava um grande avanço. Isso porque, há seis meses, os dois líderes se ameaçavam ferozmente, trocando apelidos e ameaças de confronto armado. O auge dessa animosidade foi quando Trump perdeu a paciência com as bravatas do ditador, “o homenzinho foguete”, e determinou que o Exército Americano destruísse várias bases militares da Coreia do Norte, ação militar apoiada pelo Reino Unido.
Ao contrário do que todos temiam, Kim não revidou, surpreendendo o Planeta ao anunciar estar destruindo seu arsenal nuclear e marcar encontro com o presidente americano.
A realidade é outra, agora, conforme foi testemunhado por milhares de pessoas em Singapura: os dois líderes deixaram as antigas desavenças de lado para apertarem as mãos e passear por um dos belos jardins da capital. Trump até adiantou que irá convidar Kim Jong-un para uma visita à Casa Branca. Ainda exibiu um vídeo em que projeta a “nova Coreia do Norte”.
NADA OFICIAL
A declaração assinada nos encontros fala apenas em intenções de desnuclearização, sem prazos ou fiscalização dos americanos sobre o está sendo feito pelos norte-coreanos. Este foi apenas o primeiro de outros encontros que virão, disse Trump. Mas as sanções econômicas contra a Coreia continuam valendo.
Trump também comunicou fim dos exercícios militares entre os EUA e a Coreia do Sul, atividades que sempre irritaram os norte-coreanos, incitando o ditador a disparar vários mísseis como “teste de alcance”, clara evidência de estar municiado para destruir a vizinha Coreia do Sul, o Japão e os EUA. A Coreia do Sul estranhou a declaração de Trum acerca do encerramento dos exercícios, e disse que o próximo já está marcado e quer ouvir o presidente americano a respeito dessa decisão.
Ao opinar sobre o encontro, a União Europeia comentou que a diplomacia é o único caminho para a paz. O Reino Unido desejou um futuro seguro e próspero para a Coreia. Mas as comissões de Direitos Humanos estranharam que, em nenhum momento, o presidente norte-americano Donald Trump tenha cobrado do ditador também o fim das torturas que promove contra prisioneiros e a própria população coreana.
A estranheza é porque os EUA têm conhecimento de que mais de 80 mil pessoas sofrem horrores no sistema prisional da Coreia do Norte. Esse foi outro ponto questionado pelas autoridades que acompanharam o encontro dos dois líderes: ao oferecer progresso e investimentos à Coreia de Kim Jong-un, o presidente americano também deveria ter exigido dele para que acabe com as violações dos direitos humanos. Os prisioneiros de Kim Jong-un são frequentemente torturados e fuzilados pelo menor motivo. O restante (80 mil) é obrigado a trabalhar em regime de intensa escravidão.
João Carlos de Queiroz, redação
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