A exemplar disposição de atletas especiais com suas ‘handbikes’ . Para eles, “vitória é participar”, não importa a colocação.

Eles não veem competições do tipo apenas como elementos de disputas premiadas, mas uma oportunidade de convívio social, quando podem interagir com demais atletas e a sociedade em geral

Redação – Dois atletas chamaram a atenção do grande público que se concentrou hoje (13) cedo em frente ao prédio da Câmara Municipal de Cuiabá, ponto oficial de largada e finalização da 1ª Corrida do Legislativo: trata-se de Joenil Barros, 35 anos, e Gilberto Zmyslony, 44, participantes na categoria Especial. Eles correram com bicicletas adaptadas (‘handbike’ ) a provas semelhantes, espécie de triciclos, com marcha manual, igualmente empregadas como lazer. Ambos elogiaram a iniciativa da Câmara Municipal em promover esse certame esportivo, “mesmo porque já não era sem tempo”, comentário de Joenil.
“Na realidade, carecemos de coisas do tipo, e é bom que isso tenha se tornado realidade também por parte da Câmara Municipal ao instituir essa corrida. Iniciativa que estabelece incentivos para que outros órgãos promovam competições em que atletas especiais também possam participar. Porque, para quem enfrenta uma série de limitações impostas por deficiências físicas, participar de provas semelhantes já é uma premiação, mesmo que o atleta especial não conquiste nenhuma posição de destaque, o que fique em último lugar na sua própria categoria.”

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“Saímos do lugar comum, de comodismo exacerbado que muitos exercem, algo praticamente depressivo, para “acordar” resolutivamente, ir à luta, viver. Afinal, a vida é dom de Deus a ser usufruído: não para quando algum membro deixa de funcionar do jeito desejado. É mais um desafio a ser superado. O esporte proporciona isso, sempre…”

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Gilberto foi enfático ao sublinhar que a participação de atletas especiais em competições públicas revigora a autoestima. “Conheço deficientes que nem saem de casa, ficam ali, à espera não sei de quê. O fato de terem adquirido uma condição que restringe sua mobilidade não significa que deixaram de estar vivos. Aos poucos, estamos “acordando” todos para esse aspecto, a fim de que participem, saiam do marasmo cotidiano e permitam que a energia ainda presente em seus corpos – por mais limitações que tenham – seja extravada e acarrete felicidade ao seu cotidiano”.
Joenil, que é casado, tem uma filha de quatro anos. Ele se acidentou no trabalho. Gilberto, por sua vez, tem três filhos. Ele sofreu acidente de carro em 2014. Sinistros que não impediram que eles continuassem com suas vidas, apesar de a locomoção ser feita sempre com o auxílio das bicicletas adaptadas ou cadeiras de rodas comum.  “Conforme sempre conversamos, a vida continua bela, por maiores que sejam as dificuldades. Só o fato de estarmos vivos e termos constituído famílias amorosas, significa premiação constante”.
Crédito Yotube

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